quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Felicidade que desejo para ti

Não te preocupe com os mortos
Os mortos não desejam outra coisa que a felicidade para os que ainda vivem.
Não te preocupe com a minha dor
Sua felicidade não pode ser violada pelas misérias de um homem pobre de espírito.
Não te preocupe comigo
Ocupação inútil é esta, tentar fazer o impossível para quem já está condenado.

A felicidade que desejo para ti não depende de mim
A felicidade que desejo para ti não depende do meu amor
Desejo te felicidade seja comigo ou com outrem
Desejo te felicidade mais que desejo que me ame.

O amor só se expressa plenamente quando é livre
E a felicidade só é possível se a alma está tranquila
Nunca desejei que fosses minha; mais do que tu pudesses desejar outra pessoa, ainda que isto me causasse dor.
Porque “o amor é como um belo pássaro pousado em um dedo a qualquer momento ele pode levantar vôo”...
Por isso a felicidade que desejo para ti não precisa me incluir
Porque o necessário para felicidade é o amor, mais do que quem é amado.

Desejo te felicidade
Desejo te amor
Desejo te alegria
Desejo te o que de melhor um ser humano pode desejar a outro.
A felicidade que desejo para ti não é passageira
A felicidade que desejo para ti vai ter momentos de tristeza
A felicidade que desejo para ti é verdadeira felicidade
É plenitude de vida, aspirações a realizar e bênçãos para receber.
O que te desejo é sorrisos e lágrimas de satisfação
Abraços ternos
Beijos carinhosos
Que nunca se sinta só
Que nunca se sinta como se não fosse amada
Que nunca se sinta desprotegida

A felicidade que desejo para ti não pode ser expressa em palavras
Não é algo que a inteligência seja capaz de traduzir
Ou que o coração não possa sentir.
A felicidade que desejo para ti não tem nome
Não é simples prazer

É apenas felicidade.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Estranheza minha de cada dia II

O que eu sou?
Para que eu existo?
Não tenho identidade. Tudo me parece igual, tudo me parece diferente
O que é você?
Para que você existe?
O mesmo e o outro, o igual e o diferente parece mais não é...
Eu sou o outro absoluto, revestido de alteridade sem altruísmo.
Eu sou diferente de tudo, não sou igual a nada.
Não tenho identidade, não me identifico com nada.
Eu sou o outro absoluto, sou solidão absoluta
Sou alteridade solitária.
Tudo me é estranho
Tudo sempre me será estranho
Estrangeiro, pária
Forasteiro da própria existência.
Próprio... o que me é próprio?
Tenho algo que me defini?  algo que que me põe fim?
Eu sou a personificação do nada
Do nada, nada se diz. Do nada, nada se pensa.
Do nada, nada se ouve.
Não tenho infinitivo, nem sujeito, advérbio, ou adjetivos
O que eu tenho é silêncio
O que eu sou é indizível
Vazio estilhaçado
Nada manifesto
Não se liga a nada sendo nada.
Não se liga a ninguém, sendo ninguém.
Sou todas as negações juntas ou separadas.
Sou todas as coisas que não são ditas, estou lá e você não me vê.
Sou invisível
Sou ferida que não sangra e que não dói.
Sou estranho
Estrangeiro
Forasteiro
Pária
Sou estranho para mim mesmo.

Lembranças e esquecimentos me são iguais
Memórias e amnésia me são iguais.
Sonhos e pesadelos me são iguais.
O igual não existe para mim
Existe apenas o diferente

Porque não reconheço distinções.