sexta-feira, 25 de abril de 2014

Meu segundo amor

Ao meu segundo amor o meu sorriso
Ao meu segundo amor um quinhão da minha vida
As minhas lágrimas de tristeza e de alegria.

Ao meu segundo amor um brinde
Ao meu segundo amor saudade
De um coração sofrido que ama de verdade.

Ao meu segundo amor sinceridade
Ao meu segundo amor lealdade
Como um cão fiel sem morosidade.

Ao meu segundo amor amizade
Ao meu segundo amor liberdade
Por que o amor pelo primeiro amor é ágape
E ao segundo amor será sempre amor-amizade.


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Cerimônia do adeus

Não tem outro jeito, é preciso partir
Iniciar uma nova jornada
Não tenho bagagens
Sou filho do abandono
E escravo da solidão.

Toda despedida é triste
Não há alegria na separação
Cerimônia do adeus
Liturgia da tristeza
Não há até logo
Eu não vou voltar
Não vou te esperar
Não é que você não mereça que eu te espere
Mas sou eu quem não mereço esperar em vão.
Cerimônia do adeus é condenação ao exílio
É um eclipse eterno
É um inferno em vida

É dor sem fim.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Dois Corações II

Dois corações
Um é compassivo
O outro é generoso
Um quer ser destino
O outro é ponto de apoio.

Dois corações
Duas vidas
Duas escolhas
Duas emoções

Dois corações
Um é esperança
O outro é lembrança
De um lado um passado sempre presente
Do outro um futuro por vezes ausente...

Dois corações
Duas emoções
Dois corações
Uma harmonia
Uma sintonia
Unidade comum
Unidade bipartida.

Dois corações
A musa e o poeta
A flor e o jardineiro
Dualismo sincretista
Sincretismo dualista
Dois corações
Um diálogo
Uma palavra
Amizade ou amor

Amor-amizade.

domingo, 20 de abril de 2014

Elegia do coração desfigurado II


Teu não é mãe de todos os nãos
Tua negação é asfixia para o meu ser
É a confirmação da minha inaptidão
É o medo que se confirma como negação.

È a distância que nos separa que me mata aos poucos
Mina meu gozo por existir
Essa luz lançada sobre mim só me cega e não me permite prosseguir.

Venha segure a minha mão, venha me ajude a caminhar
Me ensina a respirar novamente
Recolha os fragmentos do meu ser
Os pedaços de alma destroçados pelas ironias da vida.

Teu não é a metáfora da solidão
Tua escolha moldou radicalmente a minha vida
Olhe para trás e veja que não saio do lugar
Estou paralisado de medo porque fui deixado só.



sábado, 19 de abril de 2014

Exilium II


Fui afastado pela solidão
Meu crime foi amar sem consentimento
Por ti eu lutaria com um anjo ainda que ficasse coxo como Jacó.

O exílio é como a morte para mim.
Longe de ti a vida perde sentido
Não há luz que dissipe as trevas
E não há motivos de júbilo.

Eu destruí todas as chances de concórdia contigo
Sou o único culpado em tudo
O exílio para mim é digno
O sofrimento que carrego é justo.

Queria que soubesse que a minha alma chora de saudade.
Que o meu coração entoa cânticos de tristeza
O meu espírito dilacerado pelo remorso
E como um fantasma errante eu percorro a cidade.

Exilado eu vivo todos os dias como a penumbra de uma sexta feira santa
Não há sábado de aleluia para mim
Apenas uma quaresma sem fim.


Silêncio VI


No vazio da solidão contemplo o vazio do silêncio.
No silêncio vazio contemplo a tua lembrança unguento para o meu espírito.
Meu silêncio doloroso gemido de um covarde.
Meu silêncio é angustia de um homem esmagado pelas misérias.

Essa ausência da música, da dança dos sons.
O vácuo entre as lembranças
O medo do fracasso
Frustração antecipada como o castigo de Sísifo!

Parece que me esqueci do teu rosto.
Me esqueci da tua voz.
Já não me lembro da tua presença.
Apenas lembro dos olhos gentis.
Da boca que profere gentilezas.
Do silêncio, do respeito mútuo.

Será que é assim que te lembras de mim?
Talvez o que tenha ficado de mim em ti seja:
O rosto desfigurado pela dor
Os olhos tristes e sem vida mergulhados no silêncio
O corpo arrastado pelas feridas e maculado pelo passado.

É no silêncio que tenho a lembrança mais viva de ti
É como se o seu coração só pudesse ser perscrutado na imensidão da mudez
Sua presença é mais forte quando me percebo só
É no silêncio que me dou conta de como as conversas mais simples que tinha contigo me fazem falta.


sexta-feira, 18 de abril de 2014

Eclipse total


Essa noite diferente de todas as noite
Dia travestido de escuridão
Não há sol, nem lua, nem nuvens
Apenas cegueira
Apenas trevas.

Essa noite escura
Essa escuridão sem fim
Que te esconde de mim
Que me esconde de ti.

Eclipse total trevas completas
Só há tristeza na minha alma
Porque já não posso olhar seus olhos
Nem tocar o teu rosto...

Tudo é escuridão e dor
É angustia e pavor
Tudo é eclipsado pela sombra do remorso
Ocultado pelos medos
Paixões incontroláveis de um destino nunca escrito.

Esperar o brilho da lua parece ilusão
Aguardar o novo amanhecer que parece que nunca vai chegar
E ter de lembrar de respirar a cada momento para não morrer
Esperando uma luz, uma mão, um sorriso, um abraço que não existem mais...


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Pesadelo



Quisera eu que tudo o que tenho passado fosse um sonho.
Que eu pudesse acordar e saber que iria ver o teu sorriso e sentir o calor do teu abraço.
Quisera eu poder acordar desse sonho ruim, quisera eu conseguir respirar mais uma vez.

Esse pesadelo de olhos abertos que me faz tremer
Essas noites mal dormidas que aceleram o meu coração.
A falta de ar que sinto pela saudade que tenho de você.
As lágrimas que escorrem e que ninguém pode ver.

Queria que fosse só um pesadelo
Porque ao acordar eu sei que te veria, doce realidade.
Queria que fosse apenas um sonho
E talvez tentar sonhar com outra possibilidade
Não há alternativas no desespero
Não há escolhas se não há esperança
Quando somos escravos da angustia
Somos dominados pelo medo.

Me acorde, por favor, desse sonho e me abrace forte
Me diga que está aqui, que está aqui por mim.
Me acorde, por favor, desse pesadelo e segure forte a minha mão.
Se eu cair em pranto me afague
Se eu tremer de medo, me aqueça com o teu amor.

Não permita que o frio me congele
Não permita que as ilusões me engane
Sinto falta do teu riso
Sinto falta da silhueta da tua alma.

Esse pesadelo sem fim
Esse túnel sem luz
Quisera eu que tudo fosse um sonho
Você ainda estivesse aqui...

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Caminhos desencontrados

Tomei o meu rumo depois que você tomou o seu
Separamos-nos na encruzilhada que não se cruza
Escolhemos pela tua escolha
Separados quando deveríamos estar unidos.

Nossos caminhos são desencontrados
Essas estradas paralelas, mas distantes.
Posso cruzar a sua rua, mas você não está lá para me ver.

Nossos caminhos se desencontraram
Perderam-se no medo
Em nossas fraquezas em nossas vontades.

A rua por onde passo tem o aroma da tua lembrança
O vento quando ali sopra canta como se fosse tu.
E até o silêncio parece ser aquele silêncio da vigília santa
Não sei como é o teu caminho, conheço apenas o meu.

Piso devagar querendo te encontrar a espera de um novo cruzamento
Ao som do canto das memórias
Procurando a luz dos teus olhos escondidos no horizonte sem fim.


segunda-feira, 14 de abril de 2014

Asa Quebrada

Pobre pássaro que teve a asa quebrada pelo destino
Que já não canta, que já não come
Pássaro de asa quebrada de alma triste
Pobre pássaro massacrado pelas tempestades de outono
Caiu como folha seca o nosso passarinho...
Caiu e já não consegue mais voar.

Pobre pássaro outrora preferiria gaiola adornada de liberdade à prisão da ferida incurável.
Se o amor é liberdade, o desamor é prisão
Se o amor é liberdade, livre do seu amor é prisão da solidão.

De asa quebrada vaga o passarinho sem saber o que fazer
De asa quebrada perambula errante à espera de morrer
Morrer de fome, de sede, morrer de saudade de você.

Essa linha tênue entre o amor e o desamor é que feriu o passarinho

Ferido de tristeza, de fome do seu carinho.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Pain VI

Finalmente, depois de muitos meses, voltamos a falar do caminho da dor. O sexto caminho da dor encerrará a nossa reflexão sobre o sofrimento.
A solidão é o sexto caminho da dor, é a ausência plena da alteridade e significa o isolamento.
O que eu quero dizer, em outras palavras, é que a solidão é a condição de sofrimento na qual determinada pessoa se sente isolada, não conectada a nada ou a ninguém.


A solidão significa ausência do ente amado, significa desconexão com o mundo. Nesse sentido a solidão é pior que a morte, porque a pessoa solitária estranha tudo a sua volta, justamente por não se sentir integrada à sua comunidade (comunidade aqui em sentido amplo, quer dizer todas as relações do seu microcosmo político, o microcosmo político não se reduz as relações interpessoais, mas também os lugares comuns como Igreja, vizinhança, escola etc.).


Nesse sentido a solidão é uma experiência marcadamente dolorosa, porque a estranheza causada pela desconexão com o mundo vivido gera na pessoa solitária uma dor dilacerante de cunho existencial, tudo é tão diferente, é uma alteridade abismal que não há reconhecimento do seu lugar de pertença na comunidade.
Contudo, a solidão não é uma forma de solipsismo, não é um isolamento cognitivo do mundo, não é como se o mundo só existisse na cabeça da pessoa solitária.


A solidão é a experiência do não reconhecimento, é a forma de se perceber como alteridade diante da alteridade. De fato, a solidão tal como é compreendida aqui é literalmente se sentir sozinha, o que, com efeito, traduz a angustia de viver o estranhamento no mundo.


Por um lado, há a solidão no sentido de está sozinho, ser solitário nesse caso significa não ter companhia, amigos, uma namorada, o que pode ou não trazer essa angustia própria do não reconhecimento.  Por outro lado, a solidão como desconexão com o mundo é uma intuição existencial, na qual ainda que você se relacione com as pessoas você vai se sentir estranho em relação a elas, como se a sua pessoa não se identificasse em nada com as demais, seja porque no fundo a pessoa sente que seus valores e sua compreensão do mundo não se adequa a dos demais, seja porque a existência em si dói gerando o estranhamento.


A solidão, então, faz com que a pessoa se sinta um alien, no sentido próprio da palavra (alien vem do grego allos: “outro”) tem a experiência da estranheza e sofre com ela, pois se esforça para se reconhecer no mundo e ser reconhecido, afinal de contas a comunidade existe dentro da esfera do reconhecimento, eu me reconheço no olhar do outro, tal qual o outro se reconhece no meu olhar e assim, de algum modo, sabemos que eu não sou o outro, em outras palavras é o reconhecimento que dá forma à identidade.


A solidão como dor de existir evoca o sentimento de quem não se sente parte do mundo, basta imaginar um cenário em que uma pessoa vai a um país com uma cultura totalmente oposta à sua, oque irá acontecer? No primeiro momento haverá o choque cultural e depois a tentativa de adaptação, a tentativa de adaptação passa pelo processo de estranhamento da cultura alheia e o esforço de se adaptar traz sofrimento, pela necessidade de ser reconhecido pelo espaço cultural no qual a pessoa foi inserida, o sofrimento acontece porque a pessoa não vê o reconhecimento de si mesma, é como olhar o espelho e não se vê nele, mas ver outra coisa, ou não ver nada.  Talvez seja isso que signifique a ideia de que o vampiro não é capaz de se ver no espelho, ele não se reconhece em sua monstruosidade, quero dizer há uma perda existencial do seu caráter humano que não é reconhecido, e de certo modo, o vampiro exprime a solidão como isolamento não reconhecendo os seres humanos enquanto iguais, mas enquanto alimento transferindo sua monstruosidade para a humanidade, com efeito, ao negar sua monstruosidade (não se vendo no espelho) ele também de alguma maneira rejeita a sua humanidade caçando humanos.


Para finalizar o sexto caminho da dor é percorrido melancolicamente por quem se estranha diante do mundo, muitas vezes sofre em silêncio. Não consegue exprimir sua relação com o mundo de modo que outras pessoas entendam se sente incompreendido e mesmo pouco amado, uma vez que o amor pressupõe reconhecimento mútuo e, portanto, acolhimento.
A solidão, portanto, traduz-se como dor silenciosa da existência manifestada na doença do estranhamento que nos faz sentir como monstruosidades, como um Drácula que não se vê no espelho do mundo.





quarta-feira, 9 de abril de 2014

Você


Não importa! Se não é você eu não quero!
Se não é você não adianta nada...
Você é a luz da manhã.
Você é a flor que se abre para o mundo...
Não há mais ninguém como você, só há você para os meus olhos.

Me importa as suas idiossincrasias,
Me importa teus pequenos defeitos é neles que me reencontro,
É neles que me reconheço como seu.
Me importa é a particularidade do teu sorriso,
A tua voz calma, teu modo peculiar de se irritar com coisas e situações.
Me importa a tua companhia, sem ela o mundo não é mundo para mim.
Me importa... que me importa sem ti?


Você é o outro que dá objetividade ao meu eu,
É a linguagem que expressa a amizade,
É o sinal, imagem do amor que sinto que espero receber de ti.
Você tem o abraço protetor das florestas virgens
A suavidade dos lagos longínquos
Você é a cor que a vida realmente tem
Você é a musa que sussurra a poesia
Canta a prosa
Narra a melodia.

Brener Alexandre 09/04/2014

Prisão

Vejo os limites da minha força
Percebo que a minha vontade é fraca
O que depende de mim, afinal?
Estou preso nesse mundo solitário
Onde tudo me é estranho, irreconhecível.

Vejo os limites do saber
Vejo que a razão nada significa.
Percebo que não há vontade diante dessas grades
O que depende de você, afinal?
Será que você vai fazer? Virá me libertar?
Essa prisão invisível me enfraquece a cada dia, aguardando meu último suspiro.

Essa prisão intransponível feita pela dor
Essas grades feitas de liberdade e de amor
Esse labirinto que me desorienta
Essas memórias são como um torturador

O que depende de mim, afinal?
Depender do que?
Perguntas para as quais respostas não há!
Essa prisão feita de liberdade...
Essa luz que não passa de escuridão...
Esse prazer que emerge da dor.

Essa prisão se construiu sozinha, e me separou de você.
Essa prisão sem chaves que me arruína
Essa cadeia que não foi feita por você.
As grades dela são feitas de liberdade
A liberdade é como uma corrente atrelada ao pescoço
E na verdade paralisa me todo.


terça-feira, 8 de abril de 2014

De profundis


Já não sei o que fazer, não sei como reagir...
Quero te ver, mas o medo me consome...
Quero te falar, mas o silêncio grita mais forte em mim.

Estou paralisado, fraco, suprimido.
Encarcerado nos meus pesadelos
Cegado pela escuridão de minha alma
Estou sem forças, sem coragem para seguir adiante...

Não vejo futuro, apenas vislumbro o passado.
Esse presente sem vida, essa vida sem presente.
Não sei o que fazer, não sei o que pensar.
As vezes só quero morrer, não mais cantar.
Cantar vida vivendo
Cessar o canto morrendo...
Ser a pétala que se desprende da flor rumo a decomposição.


Nas noites silenciosas procuro seus olhos
Desejo suas mãos, quero segura-las.
Nas noites escuras do meu ser quero ver a luz que brilha de ti
Desejo a sua voz como o barco precisa dos bons ventos para se orientar no mar.

Já não sei o que fazer, o silêncio grita por mim.
Acorrentado neste abismo.
Destroçado pela tempestade da vida.
Feito fantasma
Sem vida, sendo nada.



segunda-feira, 7 de abril de 2014

Diário das minhas memórias

Encontrei a nossa conversa transcrita na memória
Meu diário pessoal de recordações de tempos que não voltam mais
Sorri com o seu sorriso e chorei de saudade de ti.
O fio tênue do amor se partiu
As correntes da amizade se romperam na solidão.

Mergulhei a minha alma nas lembranças de outrora
Nossas conversas de dias inteiros sem fim
Duas solidões separadas por palavras
Você era o sol nascente e a lua cheia que alegrava o céu do meu viver
E agora é a escuridão dos eclipses sem fim que eu tenho que suportar.
A sua alegria era uma dádiva que Deus havia me dado.
Sua simplicidade é o vigor das tuas virtudes.

Não cesso de lembrar, querendo esquecer...
Acessando os diários da memória...
Esse veneno, essa droga, que me tira a razão.
Me faz perder o ar, e me arrasta como um escravo.

Encontrei sua humanidade outra vez, mas o silêncio tomou conta de mim.
Fui condenado à solidão e agora só me resta a companhia das memórias...


domingo, 6 de abril de 2014

Inexistir para ti



Ah, porque eu não inexisto para ti?
Por meu rosto insiste em permanecer na tua mente
Incrustado na tua memória?
Me apague de vez da tua história!
Varre a nossas lembranças para o poço do esquecimento.
Me mate no abismo profundo do teu espírito
Ignore a minha existência diante dos teus olhos.


Quero inexistir de verde, quero ser para dentro e não para fora!
Quero fazer o caminho inverso da semente
E permanecer ocultado na escuridão.
Não fui feito para a luz, não nasci para brilhar
Sou feito de fragmentos
Memórias desconexas
Lembranças imaginadas

Será que já inexisto para ti?
Me tornei fruto da sua imaginação?
Uma mácula no teu passado?
Outrora queria ser sempre lembrado, mas agora o esquecimento é o que desejo.
Sou vazio por dentro e por fora.
Sou a árvore morta no inverno
Inexisto, sendo.
Não existo, porque me escondo.
Não brilho porque sou trevas.
Sou contrários contraditórios
sou nada...

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Monobloco II

A sua ausência aumenta meu apetite por você, tenho fome da sua presença! Sua ausência é a marca da percepção do que me falta. Não estar diante dos teus olhos é como se a minha alma fosse vazia, oca, como se a minha alma nada fosse.
A sua ausência aumenta o meu apetite, inscreve o meu desejo, impele a minha vontade! A sua ausência é o silêncio velado da presença viva na memória, expectativa do encontro, sua ausência é o abandono que me consome, a falta a ser preenchida,o anseio a ser aplacado.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Silêncio V

Esse silêncio é respeito
O meu silêncio é medo
E o seu silêncio é liberdade pra mim.

Esse vazio é desejo
Que a minha mudez manifesta
Que o coração encerra
E a alma chora.

Esse silêncio que me desrespeita
Esses olhar que já não posso ver!
O meu silêncio é agonia
O meu silêncio é solidão.

O meu silêncio é cegueira
Distante do teu campo de visão
O seu silêncio é vida que segue
O meu continua a ser solidão.