domingo, 29 de maio de 2016

Consentimento

Consentimento permissão dada.
Consentimento intimidade desvelada.
Consentimento afetividade entrosada.

Consentimento um sentimento comum.
Abertura dinâmica ao outro,
Com sentimento, com amor, com cuidado.
Com sentimento, com respeito e respaldo.

Efemeridade relacional.
De interesse passional.
Pede amor incondicional.

Consentimento, entre a razão e a emoção.
Exprime as verdades do coração.
Consentimento...
Compaixão...
Com sentimento
Com o coração.


Brener Alexandre 29/05/2016

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Mística da recusa

Tua recusa livre foi fonte de inspiração.
Me ensinou muitos caminhos entre o amor e a solidão.
Um mistério, vazio preenchido,
Um caminho que surge quando percorrido.

Tua recusa me ensinou que o amor é abandono.
Como o ato da renúncia frente a possibilidade de sentar me no trono.
Na tua recusa valorizei a liberdade,
A minha de amar-te.
A tua de rejeitar-me.

Tua recusa mística abriu-me ao transcendente,
Revelando me o amor de uma forma diferente.
Entendi como Deus ama enfrentando tua recusa.
Entendi como se ama engolindo tuas desculpas.

Amor sem limites existe?
Amor sem limites persiste?
Na tua recusa entendi o segredo.
Que a dificuldade de amar está no medo.

No medo de ser engolido pelo outro,
No medo do desconhecido,
Medo dos caminhos que mudam os destinos.

Tua recusa foi mística para mim.
Revelou-me os mistérios sem fim.
Entre os silêncios e as noites escuras.
Entre os eclipses e as dores profundas.

Quantas vezes gritei surdamente teu nome?
Quantas vezes abandonei-me na escuridão?
Quantas vezes teu abraço me faltou?
Quantas vezes eu morri sem teu amor?

É um mistério, é um segredo da alma.
Quando ela chora,
Encontra o vazio.
Quando lançada no nada,
Se sente preenchida.

Descobri como Deus ama na tua recusa.
E na tua recusa descobri a resposta que procurava.
Para compreender como Deus se sentia.
Quando eu ignorava como ele me amava.


Brener Alexandre 26/05/2016

domingo, 22 de maio de 2016

Abraço

Proteção contra mau olhado
Cercanias para o bem amado
Limite ilimitado.

Um mundo acolhedor
De onde escoa toda dor
Espaço para o amor.

Entre braços a acolhida
Que cicatriza a ferida
Se abre e se fecha
A cada chegada e partida.

Em teus braços me esquento
Do frio e do vazio não me alimento
Sublime momento
De curto espaço de tempo.

Abraço substantivo em ato
Abraçar verbo em movimento
Infinitivo de afeto
Um carinho de momento.

Gesto simbólico da união
Anseio de comunhão
Encontro do coração.


Brener Alexandre 22/05/2016

terça-feira, 10 de maio de 2016

Amor solitário

O amor machuca os que não são correspondidos.
E fere aqueles julgam-se dele imerecido.
O amor queima sem ser chama, como já havia dito outro poeta.
Esquenta e inflama.

O amor fere a alma
É flecha disparada
O amor corta como espada
E provoca sangria desatada.

Amor que faz chorar de dor
Na renúncia produz o sofredor
Amor que empalidece
Quando não correspondido entristece.

O amor machuca os que não são contemplados
Fere aqueles que são por eles arrastado.
Corrói feito ácido
Pobre de quem sofre com seu amor solitário.


Brener Alexandre 10/05/2015

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Estações da alma

Minha alma tem estações como os anos têm emoções.
Minha alma tem outonos, invernos e verões.
Minha alma tem primaveras, coloridos e tensões.

Meus invernos são solidão e tristeza
Entre a escuridão e a pureza
Inverno seco de choro engolido
Daqueles que fazem o corpo tinir de frio.

Meus outonos são calmaria
Nem aquece e tampouco esfria
Às vezes chove, é saudade do verão.
Sopra um vento suave que refresca o coração.

A primavera da alma é nostalgia
Cada flor é lembrança querida
Chove lágrimas de alegria
E o sol aquece e espanta a melancolia

Meus verões são quentes
Como os desejos ardentes
Chove bastante, suor constante

Minha alma tem estações como os anos tem emoções
No clima se inclina
Calendário permanente
Inconstante e inconsequente.


Brener Alexandre 28/04/2016

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Fio de cabelo

O fio de cabelo presente anunciava tua ausência recente.
Memória da presença perene.
Recorda-me da sua iminente partida.

Fio de cabelo solitário ali esquecido
Na cadeira deixado.
Um encontro a pouco consumado.

Fio de cabelo,
Fio de novelo,
Puxa da memória o desejo.
Puxa do labirinto o segredo.

Fio de cabelo,
Fio de desejo,
Lâmina da memória,
Me corta enquanto narra sua história.

Fio de cabelo,
Fio do destino,
Esticado devagarinho.
Um pedacinho do teu ser esquecido de mansinho.

Fio de cabelo delator da tua presença ausente.
Da tua partida recente.
Do desejo te ter por perto um pouco mais.
De encontrar na tua companhia um pouco de paz.


Brener Alexandre 20/04/2015