Retomando a reflexão sobre o filme "O curioso caso de Benjamim Button" pretendo apresentar de forma sucinta o modo como o amor se deixa perceber no filme.
Se o tempo é movimento, o amor é transcendencia, transcendencia significa está acima, por cima das coisas, do tempo, e de si mesmo. o amor é transcendencia, porque maior que o tempo, que o movimento natural da vida, do envelhecimento e até da morte. Há pureza no amor tal como ele é apresentado, há libido, há desejo, um desejo puro de entrega, há a libertinagem a dimensão nada vitoriana do prazer como métafora do sentimento e de ligação com o outro.
O amor maternal pre-figurado, na proteção, no cuidado. o amor fraternal no espirito de reconhecimento da dignidade do outro, manifesto na vida de pessoas que muitas vezes deixadas de lado não tem a quem amar e nem a quem manifestar amor. a pluridade das formas de amor, são tantas quantas a vidas, cada existencia "pequena nas esquinas".
Mas o amor que vi em sua essencia não é nenhum destes acima, são todos acidentes do amar, o amor que vi ali está ligado ao ser, com efeito, substância, subsistente a qualquer custo, ainda que tudo pareça conspirar, ainda que não haja posse, não haja sexo, que não seja possivel dizer nada, o amor permanece, como desejo puro de ver o outro feliz.