quarta-feira, 24 de junho de 2015

Biruta

A biruta vai aonde o vento assopra
Para todos os lados, ela vai e volta.
A biruta segue sempre o caminho das ventanias.
Sul ao norte, do Oeste ao leste, do Norte ao sul e do Leste ao oeste.
A biruta se move por paixão seduzida pelo vento vai a qualquer direção.
A biruta ficou biruta girando para todos os lados.
Afetada pelo vento era afetada pela vontade
Inclinada pelo desejo não encontrava a verdade
Perdida se inclina em qualquer direção
Ao sabor do vento se encaminha para a desrazão.
Persuasão que me seduz ao sabor de uma opinião
Me inclino ao que me agrada dou meu assentimento e razão.
Opiniões são como o vento e vem de todas as direções
A biruta pobre coitada não tem opinião sobre nada
É cabeça de vento nata, tal é a sua condição.
Boca aberta e cabeça vazia
Entra e sai de idéias
Inclina-se a cada ventania
Como a mente insensata a qualquer idéia.
Biruta de cabeça vazia
Biruta ensandecida
Maluca, doidinha
Quando vem a ventania
Gira para todos lados nossa amiga birutinha

Tentando seguir o rastro da insensatez dos pontos de vista.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Atlas

Que peso é esse sobre os meus ombros?
Que fardo é esse sobre as minhas costas?
É o peso do ar inspirado
É a supressão de um coração que suspira.

Um titã carregando o mundo nas costas
Um titã carregando a própria vida.
Um titã suportando a própria existência
Esmagado pelo peso de si todos os dias

Que peso é esse que me sobrecarrega?
Que peso é esse que não é responsabilidade minha?
Peso criado para ser castigo
Peso que paralisa a minha alma sofrida.

Suporta o peso dos céus, pois este é teu suplício.
Aguenta a Terra sobre tuas costas é a tua condenação,
Encara sem medo a tua existência e finda carregando este peso em vão.