quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

ano passado

Então, falta algumas horas para o fim de 2008, ano que foi deveras ruim, dá pra contar nos dedos as coisas boas que possuem relevancia para serem lembradas e infinitas tristezas que me ocorreram.

estou apenas registrando o ultimo texto de 2008 no blog, o ultimo por que daqui algumas horas a esperança de novos tempos vai encher o meu coração, alias um pouco de sonho e de ideais não fazem mal a ninguém, pelo contrário, só tendem a fazer o bem.

espero que mais do que ser fácil ou dificil, que as conquistas venham, com luta, e com a certeza de que ao menos eu tentei fazendo a minha parte, não cruzando os braços, tenho aprendido que sobre tudo o homem é ação, ainda que essa ação culmine no ócio.

Desejo a todos um feliz 2009, e me despeço de 2008 sabendo que "combati um bom combate" e não só espero, mas continuarei lutando em 2009 para que as coisas melhorem, afinal, como um ser humano e acreditando que a felicidade seja o fim ultimo de minha vida, tbm irei persegui-la sempre!!

então é isso!!

akemashite omedeto gozaimasu!

eutiké neachronia!!

Que Chronos seja benevolente conosco e que Tyché nos favoreça sempre!!

E que venha 2009, mais uma chance de realizarmos a nossa humanidade!!

abraços!

Brener Alexandre

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

nostalgia

Agora bateu um momento nostalgico, não sei porque de repente dei falta de mim mesmo... e me peguei olhando para o passado, com um desejo intenso e sincero de que o tempo voltasse.

Desejo de ficar parado naquele instante, vivenciando, gozando-o... ah! aureo periodo!! oh! momento sublime!

sinto falta de cheiros, gostos, pessoas, risos.... de lágrimas...
sinto falta das estrelas que giravam elipticamente em torno dos meus olhos, que zumbiam nos meus ouvidos.
sinto falta dos espelhos que me revelaram a superficie lunar. os anéis de saturno e as luas de jupiter.

Sinto falta... e isso é tudo que posso dizer...

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

mensagem de natal

Aproveitando a ocasião para refletir sobre uma data cristã que não é vivida de modo tão cristão assim...
estava pensando sobre a narrativa evangélica do nascimento de Jesus, tal como nos é transmitido Jesus é colocado numa gruta que servia de estábulo aos cuidados de sua mãe e seu pai.

Estava pensando na metáfora do estábulo, no coxo que serviu de berço, de cama para ele, a igreja sempre enfatiza que tudo isso é uma demonstração da pequenez de Deus encarnado em nossa humanidade. Mas penso que essa humildade de Deus é transmutação da nossa pobreza, da nossa imundicia, a ele quase sempre é legado o lugar mais simples do nosso coração, sempre o hospedamos naquele quartinho, pequeno, sujo.

E olhando para a tradição mais corriqueira do natal, vejo que funciona exatamente assim, uma vez que as festas de natal raramente se rementem ao Deus menino. É como ir a uma festa de aniversário e nem comprimentar o aniversariante., poa uma gafe.
mas enfim é isso só para pensar no quesito qualidade da intenção e não no fazer ou não fazer simplesmente, a festa é religiosa antes de tudo, se vc é crente, isto é, tem fé no cristianismo, faça oque certo, se não é mas acredita que o mundo pode ser melhor una-se aos verdadeiros cristãos e construamos juntos um mundo saúdavel para todos!

abraços e Feliz Natal (eutiké christougenná)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Nemesis

O que é a Vingança?? A ira Justa a perseguição da Erínias deusas antigas de vestes sujas e cheiro forte e de grito estridente e enlouquecedor!
Deusa irmã da Justiça, irmã da equidade. Vingança é a ira do Grande Zeus é raiva que apanhula os céus.
Vingança são como os olhos dela, frios e sem vida me olhando a cada passo, esperando que eu tropece e não pense você que ela vem para me socorrer, na verdade o que ela vem fazer é me censurar pelas minha tolice, pelo meu excesso de humanidade, por que me esqueci que respiro divindade e que a medida é a lei que me governa.
e por ter me esquecido de tudo isso sou besta, sou tolo.
O que quero é ser divino ao ponto de subjugar os outros sem recusa e mostrar que sou forte.
meu medo é ser escravo das minhas paixões, minhas delícias...
meu medo é me entregar ao pecado que é o excesso de humanidade de tropeço em tropeço, uma cada do degrau é fatal...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Niké

Ela voa alto, tem asas esplendorosas e suas vestes brancas como as nuvens são a causa da alegria de um povo livre.
Ela é alegria daqueles que buscam o exito em seus empreendimentos!
Ela é a felicidade daqueles que são!
Niké!! deusa que na palma da mão de minerva decide a sorte dos guerreiros! que entrega a coroa aos atletas honrados e dá com justiça o exito aos que agem com virtude!
deusa que da palma da mão de Palas a bela e sábia que toma parte com justeza nas ações humanas e condena o ébrio, e o íniquo!
deusa de olhos cinzas que vê em tons azuls a vida dos mortais e aprecia os belos e formosos guerreiros, os mais astutos e mais honrados!! carrega na mão tão pequena e tão esplendorosa de asas longas. É pequena no tamanho e grande nas ações, justa no pensar e suas asas longas visam o vôo alto, vê longe, e tal como a águia de Zeus mira até o sol e agarra o impossivel se for o seu desejo!!
Niké maior que o ajunta nuvens! niké maior que o maior dos mortais! niké que da palma da mão de Athena coroa com justiça os melhores, os virtuosos os excelentes!!!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

olhos

Os japoneses acreditam que o olho é o espelho da alma, que o olhar revela o que sentimos e o que somos de modo pleno.
Por isso uma das características do mangá (quadrinho japonês) é que os personagens possuem olhos grandes.
Já ouvi a expressão janelas da alma, se referindo aos olhos, assisti um documentário com este título.
E me pergunto se os meus olhos te revelam algo. E me pergunto por que os teus olhos não me dizem o que eu quero saber?
Será que sou tão ignorante que não sou capaz de ver a resposta? será que te digo o que sou com os meus olhos? Você tem as respostas que procura neles?
ah!! eu te olho nos olhos e vejo mistério, e me vejo no espelho dos desejos, mergulhado na incerteza de uma resposta sempre distante, parece a revolução copernicana da razão kantiana, mas parece que eu sou o meu próprio objeto de conhecimento.
vítima das circunstâncias ou a causa das consequências??
Queria ver a resposta nos teus olhos, queria saber a verdade sem palavras...
Queria que você me enxergasse e me percebesse como teu!

sábado, 25 de outubro de 2008

Derrota

Me derrubaram e eu me sujei...
estava chovendo e, portanto, eu me molhei.
Fui derrotado? Fui surpreendido?
Na verdade eu havia me esquecido de como era descer no ínfimo da minha humanidade, suja de lama, minha humanidade decadente, por isso, caída e mergulhada no torpor da queda, na surpresa do tombo.
Me esqueci de acentuar a palavra, de regrar as páginas, ponho acento no que eu quero, e a métrica sou eu quem dito.
E a minha derrota é culpa da minha miséria da minha falta de tato para a vida, para o meu desesperador eu que grita todos os dias apelando para o divino profano que habita o meu ser.
É o que eu sou divino e profano, sagrado e humano e no final derrota significa apenas mais uma lição que recebi da minha permanência tola neste mundo sem pé e sem cabeça...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Tragédia

É inútil ter certeza diante de certas coisas. A falta de certeza é um problema maior que o mau infinito do desejo.
A vida é uma peça trágica, um conto triste, uma elegia singela, onde a moral, a morada dos homens, não tem janelas, e os costumes não garantem o bom senso.

Tragédia é a corrida de Dionísios fugindo dos titãs, o bode de sacrifício, preço de uma humanidade decadente, da falta de humanidade, da falta de bom senso, deste grande bacanal, sujo, a imundícia de nossas vergonhas expostas pelo nosso descaramento diante do real! Quiçá Apolo e Atena e o grande Zeus não se irritem diante do animais que nos tornamos.

Sacrificando nossos filhos e servindo-os nos banquetes!
E amamos a embriaguez, por que temos de tê-la sempre. Saciando nossos desejos a nossa animalidade, violentando as ninfas nos rios e ignorando a voz dos arcontes.

Oh! Grande Dionísio cinzas do caos! Oh! grande Dionísios bode expiatório da nossa falsa humanidade, tem piedade dos mortais e daí-nos o vinho nosso de cada dia, daí-nos o vinho dos pequenos prazeres e que a luxuria não se faça só em nossa cama, mas em tudo que consumimos. Que a minha taça esteja cheia do sangue dos inocentes e que a falta de bom senso me entorpeça e me faça gozar da loucura e do prazer animalesco das noites escuras de minha alma.

Oh! senhor das festas que a imundícia minha de cada dia seja como o canto das bacantes tuas servas, que eu me perca em teus corpos nus cheios do prazer e do gozo! que a vida seja apenas mais uma representação, isto mesmo! uma representação! que seja falsa!! que seja mentira!! porque a verdade em sua sinceridade, engana mais que a mentira descarada.

E que o Olimpo não se enfureça com os mortais por isso, pois saber falar não é ter bom senso, saber escrever não é produzir ciência. e ser poeta não é saber amar.

Que o bode morra por nós mais uma vez e renasça nas coxas do grande Zeus! e que não nos esqueçamos de fazer um brinde a podridão de nossas almas vazias de ser e cheias de esvaziamento do pensar. É o que somos vazios e sem forma.
O que somos? Com efeito, somos atores prontos para morrer por um destino que ignoramos...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

comum unidade

quero ser contigo comum unidade
quero ser contigo o uno de plotino
quero ser por ti forma da matéria

quanto caos se faz no coração onde o não há unidade
quanta tristeza e falta de cor minha vida possui não haver unidade em ti!!
ahhh!!!! me sinto oprimido pelo cansaço do que não posso compreender
e do que não sei viver.

quero estar em harmonia, apenas um pouco de harmonia, contigo e com todo o resto...
para que todo o resto faça sentido, para que viver seja doce e limpido... só quero a brisa no meu rosto, porque o furacão
machuca e mata...
quero unidade comum, é coisa simples, por isso é comum, não é nada de místico, nada de sagrado.. quero o profano mesmo, por que é humano, é da vida humana e não dá divina.. e meu coração sendo de carne não aspira oque não pode sentir, mas apenas o toque é o que deseja assim como o mais vermelho sangue que por ele corre...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

sofrimento

Que dor é essa que me consome
que sensação do desagradavel do gosto amargo de existir
que inteligência maléfica para sentir oque não causa prazer em viver...

sofrimento, minha pathologia eterna, minha "mania" que me faz ver o mundo distorcido...
essa senção de enjôo da vida, de morte antecipada enquanto respiro cada minuto de tristeza...
esse vazio que enche um saco e enche o meu saco de tão chato que até o brilho das estrelas perde a graça...
essa preguiça causada pela dor, uma dor que eu nem sei da onde vem, apenas vem e me faz sentir o peso do ar que respiro e o cansaço de um coraçãoque trabalha sem cessar...

eu sofro, eu sei, eu sofro, estou dramatizando demais!
mas a verdade é que a tristeza me lembra que eu estou vivo
me lembra o quanto eu sou pequeno diante da minha existência, o quanto ela poderia ser diferente, mas é tão dura...
ah! só tenho vontade de não ser, por que ser é sofrego demais e demasiado cansativo...

domingo, 12 de outubro de 2008

Palavras

Queria entender o que você sente, entender com palavras o que você faz...

não sei o que teu olhar significa, nem o teu presente... o que ele quer dizer?
Não sei o que são palavras e não dá pra saber quem é você!
sinto falta do seu carinho, de seu olhar terno de sua voz calma, das suas palavras que manisfestam a sua presença...
sem ti o dia é sem graça, sem tua voz perco a confiança em mim.
sem ti tudo é triste e nublado, é cinzento como o outono de maio...

Palavras, palavras... sons que formam coisas
palavras, palavras.. metafísica do absurdo...
palavras, palavras... expressão do que não é...

quero a tua verdade, quero o teu afeto, são como estrelas no meu planetário de sonhos
quero as tuas palavras, quero a tua voz ao pé do meu ouvido me excitando, me encorajando a continuar...
quero tuas palavras fonte metafísica da minha vida, fonte ética da minha ação, justeza da minha força e fortaleza do meu vigor!!!
quero palavras porque o silêncio escurece os meu olhos e tenho medo de ficar só...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Verdade

O que é a verdade?
ela existe? é mulher?
Por que cobre o seu rosto e passa desapercebida diante dos olhos de todos??
Verdade é aquilo que é?
é o que passa pelos sentidos? oué idéia inata que nasceu comigo?
é linguagem ou é o indizivel??
Verdade é descobrir, é mergulhar...

Nem sempre é certeza, a mais das vezes é dúvida, é poder, é possibilidade de ser...

verdade é murmuro do vento, é flor desabrochando é o sol queimando a minha cabeça
é você sorrindo para mim e que sorriso é esse ele tem cores tem realidade e por isso é verdade

eu vejo e o sinto e o desejo é verdade ou ilusão... duas palavras com significados diferentes, mas que se confudem pelos meus sentidos....

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Dúvida

Enquanto não há certeza é ansiedade do não agora que não se revela.
É tempo que se vai feito poeira;
É brilho que cega é escuridão que revela a mentira travestida de verdade.

Dúvida é falta de coragem, é correr de medo, é fugir do óbvio.
É o principio motor da certeza;
e a negação da mesma é o principio de não contradição gritando na minha cabeça.
É interrogatório no silêncio da alma;
é o meu desejo de suspender o juízo sobre a vida e repousar no silencio do não dito...
Do indizível...

domingo, 14 de setembro de 2008

suicidio

Morrer é caminho para o nada;
morrer é o silêncio batendo a minha porta;
morrer é a luz do fim do tunel?

Desejo me libertar e partir para o incerto;
seguir em frente ou interromper o processo...
covardia ou coragem?
Vitória ou derrota quando se executa a ação?

O que eu vejo é liberdade plena de um modo que eu nunca vi ainda que eu não possa goza-la.
O que eu sinto é que um peso deixou as minhas costas não serei mais cobrado e ninguém mais me verá.
Eu vou para a liberdade, para o silêncio.
para o sono que nunca acaba e repousarei no Elísios no campo florido ao lado de Orfeu, de Ariadne e Hector.
Mergulharei no Cocyto e atravessarei o Stix sem medo e despistarei Cérberos com a astúcia de Odisseu.

Vou para a liberdade porque quero a minha alma livre deste corpo pesado e cansado de ser massacrado pelo do incerto e por isso mergulharei na incerteza do não viver.

sábado, 13 de setembro de 2008

Desejo

Minhas vontades vão e voltam, como o fluxo da libido cheia de pecado escândalo moral.
Minhas vontades são como um furacão engolindo New orleans é do tamanho do Texas.
é um ponto na alma e um corte no coração, um furo na razão.
Desejo, desejo... vontade de me satisfazer... de me animalizar por completo de negar minha humanidade.

Não importa o que eu penso e sim o que eu sinto e o que eu quero, é assim que me ensinaram.
Colocaram uma coleira em mim, mas ela não me castrou, não me constrangeu a ser animal, mas homem foi o que deixei ser, perdi a minha humanidade ouvindo gritos vindos de arranha- céus e ignorei o sussurro ousado de uma mulher que anda com o rosto coberto porque ama a curiosidade e detesta a preguiça.

Desejo sou eu me consumindo no fogo do pecado, ser o que eu não sou de viver uma vida que não é minha, uma existência que não me pertence.

Desejo é quebrar a ordem e criar no desforme uma vontade insana de ser o que? de nada ser? de ser o que quiser.
Ser Napoleão ou Jesus Cristo que não seja o vilão, mas o herói sangrando!

Desejo é vontade, vontade de viver mais que qualquer outra coisa, vontade de me consumir na loucura da vida em sua finitude gozando-a como o final de uma noite agitada onde dormir é o pior do crimes que se comete...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

simetria e pecado, amor e brincar de amar

A simetria do eu e você produz a nostalgia de mil noites sem ti e mil dias sem tua voz,
e seu cheiro de flor virgem, cheira a pecado da cama e não é um pecadão, mas um pecadinho gostoso que me consome quando o céu é escuro e todos dormem.
Meu desejo é felicidade para você aonde estiveres e minha alegria é lembrar que você é você não importa com quem estejas e se te mudares é ilusão de quem tentou fazer de você o que você não é.

amor é faca de dois gumes a ferida dói, mas não mata, não há veneno apenas remédio para o tédio nosso de cada dia...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Autismo

Estou em mim mesmo e você em ti.
Não estou no mundo e nem você está!

Estou em um lugar estranho, vivendo uma vida estranha para mim.
Você está vivendo estranhamente para mim.

Estou cá a pensar em ser sem nada ser de mais ou de menos.. apenas sensação sem sabor.

Qual é o gosto do existir? Para quem só existe em si mesmo?
estou só em mim e você em você.
Cada um vivendo a sua vida, cada um vivendo a sua solidão, a sua ilusão, a sua mentira que vira verdade da noite pro dia.
Estou só e acompanhado de mim. Olhando meu próprio umbigo causa de minha vida que nem sei se é vida de verdade uma vez que eu ainda não aprendi o que é viver.

domingo, 7 de setembro de 2008

Solipsismo

Minha alma tudo desconhece, tudo estranha.
Minha alma não reconhece a si mesma;
é como espelho quebrado;
é como rio seco de leito raso;
minha alma é assim, tão só que é só ausência
tão sozinha que esta solidão é só vazio.
Não tem átomo nem quantum;
nem nêutron, nem próton.
Tem só o só, tem só o ismo de solus unicus
de solus ipso!
Minha alma é só e é também um monte de presenças inertes e sem vida.
Um monte de lembranças amontadas para apodrecer ao sol.
É isso... sozinho em si mesmo, tão sozinho que dói ver
Tão sozinho que é só sentimento;
tão sozinho que nem a fome de você sacia.
nem a morte põe fim a essa solidão.
E a vida.. a vida é apenas a solidão em curso natural em meio a muitas solidões enganadas por aí.

sábado, 6 de setembro de 2008

Capitulo das lembranças: coragem

Vou me dedicar a algumas reflexões de memória onde vou falar mais de experiências passadas intercalando com reflexões comuns.
Começo por falar então da coragem. Me lembro de um momento muito difícil onde tive de ter coragem, foi quando vi um amigo meu ter uma crise bem na minha frente, tinha apenas 14 anos e nunca havia visto aquilo na vida. Foi um choque! mas, não tinha tempo para isso. Tinha de impedir que ele se machucasse e pedir ajuda. Enfim tinha de ser multi-tarefa. E descobri uma coisa,
descobri que coragem não é simplesmente ser bravo diante dos problemas, a coragem tem mais a ver com o medo do que com a bravura, na verdade a bravura enquanto superação do medo é apenas uma parte da coragem.
e ter medo é o primeiro passo para um ato de coragem verdadeiro.

"nunca olhar para trás"

"Apenas seguir em frente não importa oque aconteça"

"reconhecer os próprios erros é um ato de coragem"

não preciso dizer mais nada.. acho que todos nós temos ações corajosas todos os dias e nem as percebemos..
então deixemos que elas falem por Nós!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Saudade

Clarice Linspector disse uma vez : " A saudade é a presença da ausência".
Me pergunto, então, como pode a ausência ser presença? dialecticamente me parece impossível!
E lógicamente também me parece ser assim. Contudo a expressão não me parece de todo equivocado, uma vez que a presença da ausência é nada mais nada menos que a negação de uma manifestação concreta de algo e como negação a presença é possível como ausência. De fato, a ausência é negação da epifania! é o não estar em um lugar com alguém.

A saudade palavra de tão difícil tradução da nossa língua para as demais ganha um sentido poético-filosófico, pouco fácil de entender, mas sentimentos muitas vezes não são para entender, são para sentir, não é uma teoria sobre algo, mas é algo que vem de nós e para nós, revelando um eu interno totalmente afetado pelo mundo que nos rodeia.

A saudade é isso.. aquela sensação de falta.. ela é a ausência encarnada na gente. quando sentimos saudades, sentimos ausência.. e sobre ela não precisamos dizer nada.. ela está lá e não está...

sábado, 30 de agosto de 2008

Paixão

Paixão é uma terrível doença que ataca o coração. Sim, é doença vem do grego Pathos!! Esta ataca o coração, seu sintomas são: ausência de si mesmo e um desejo louco de se alimentar da presença de alguém que não se sabe porque é especial.

A paixão tem cura, não precisa de tratamento químico, exceto em casos extremos, mas creio que o melhor tratamento é fugir dessa doença.

Ame! Mas, não se apaixone porque a fome de devorar a presença do outro aumenta a sua ausência de si. E essa fome devora a ti mesmo, ainda que não queira isso para você.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Dor II

Dor física = impulsos nervosos

Dor da alma = conjunto de sensações torturantes que me tiram o chão e me fazem lembrar o quanto sou miserável e inútil. E o quanto existir é vazio e sem sal. o quanto você me faz falta e não te ter é o mesmo que não ter a mim mesmo, minha liberdade e minha vontade de ser eu mesmo!!
ai de mim! que existo sem saber o porquê! quanta miséria para um coração que no fundo quer sair e não pode porque não conhece o caminho, porque nem Freud o foi capaz de mostrar e quiçá Queronte o pudesse, já que é o barqueiro de Hades!!

A dor da alma carece de muitas palavras para entender, porque são muitas sensações que se diz em lágrimas e choro amargo e ranger de dentes!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Dor

Dor é a contração do corpo e da mente em busca de uma solução adjacente, que não aparece de súbito, mas que às vezes demora.
É grito oprimido pelo cansaço ou simplesmente uma sensação desconfortável diante do mundo...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Amor

O amor não é suportar o outro no sentido de tolerar, ser paciente, mas suportar no sentido de dar apoio.É neste sentido que o amor se enquadra perfeitamente e por que?

Porque o amor é uma força dentro da gente que nos impulsiona para a vida, onde o outro tem um papel importante na nossa relação conosco. É isso mesmo!! Amar é antes de tudo amar a si próprio é um tanto quanto clichê dizer isso, mas é evidente que é verdade. O amor surge mais fácil naqueles que se apoiam em si mesmos, que fiam para confiar. por que confiar é fiar junto é tecer junto com o outro uma verdade pactuada pelo desejo de congregar.
O amor, portanto, é como disse um grande filósofo: "Alegria acompanhada de uma causa exterior" é "Alegrar-se com" Ou ainda é saber que você vai poder passar o resto da vida com aquela pessoa e envelhecer com ela sem perder o gosto pela palavra tocada ao longo do anos.
Alias amar é muito mais que falar ou sentir e cheirar. O gozo é apenas consequência imediata do amor ou às vezes uma ilusão criada pelo desejo de amar e ser amado.

O amor é como uma brisa suave beijando o rosto do viajante sob o sol escaldante...

domingo, 3 de agosto de 2008

Solidão

Solidão é o eu que não tem ninguém é o você entre espaços e um tempo que demora a passar.

Solidão é o vazio da alma, é doença deste século é o mal que me arrasa!

Solidão é o preço da minha liberdade que na verdade é uma prisão a céu aberto. Não carece de vigias porque não há o que vigiar. O que há apenas é ausência de presença.

Solidão é o que eu sinto agora. Necessidade de suprir a vontade de ter você por perto e não poder te tocar. É querer te sentir e ter apenas a lembrança do que você é.

Solidão é fome da sua presença não saciada pelo meu desejo.

Solidão é ser como uma estrela tão longe que nem mesmo quando agrupada em constelações pode se considerar um grupo...

domingo, 27 de julho de 2008

Alma

Alma é o oceano do ser.
É a reserva ecológica da existência onde é preservado o que é ou então entra-se em extinção por falta de procriação de si.
Alma é o motor de um carro velho engasgado que só funciona quando a liberdade vira faísca no pistão e produz vida que não é só vivência, mas é como o existir do anjos e das fadas.
A alma, portanto, é feita da ilusão de ser sem ser nada mais, nada menos do que o que eu respiro todos os dias...

sábado, 26 de julho de 2008

Vazio

O vazio é o grito do invisível que imperceptível aos ouvidos salta aos olhos em tons escuros de clareza límpida...

terça-feira, 22 de julho de 2008

Sobre a loucura

Um velho poema escrito a pedido de um amigo. ele me me sugeriu o tema e aí está o resultado! espero que gostem.


                                 Sobre a loucura
Oh! Loucura a mais infame das deusas
Que entorpece a mente dos homens
Que se despi e geme lânguida
Num convite para a cama feita de fantasias.
Tudo é aparência, tudo é ilusão!
Como a beleza de Narciso a loucura me seduz
Ela me ama voraz como a morte
E inebria me como o vinho das bacantes .
A loucura faz da vida uma tragédia para quem
Não a ama e uma comédia para aqueles que por ela se apaixona...
Doce loucura, oh loucura minha...
Foi amar-te mãe de Hermes, foi amar-te parteira!
Doce loucura que mata, ora de tristeza, ora de alegria.
E que gosta de ver seu amado no exílio.
A loucura propícia o impossível aos homens
Para chegarem aonde querem...
Sim, a loucura leva seu amado ao êxtase
Ela o leva ao orgasmo do irracional, do ilógico.
Brener Alexandre Gonçalves,03/12/03

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Metafisica

Quando penso o ser, penso o nada que é tudo no vazio acidental de onde emerge o mais importante e mais sagrado desejo de ser. O ser é sendo nunca está no infinitivo, e no gerundismo se faz comum aos olhos, mas imperceptível ao toque das mãos.
E não importa o quanto é dito sobre o ser, nunca se diz tudo, sempre falta alguma coisa, pois é sabido que a razão tem limites tal qual uma cerca estabelece o limite entre a minha casa e a rua. É como o erro cometido por acaso, na esperança do acerto. E o nada é apenas o desejo desordenado clamando por vida. E tudo é a fadiga da realização do sonhos de uma criança. sem toque, mas com o olhar subindo o Olimpo do pensamento só assim eu me encontro com o ser sendo e sinto que não sinto nada além do normal e que o mundo é apenas um monte de vontades em conflito.

domingo, 20 de julho de 2008

insanidade

A noite insana e profana tem um o quê de sagrada!
É como a deusa da caça um pouco fria e de olhos turvos,
não tem companhia e vive da ilusão e do sonhos tolos de quem se embriaga em devaneios.
Não segue a excelência, mas a apenas claudica com os que tropeçam no escuro.
Insanidade é o dia nublado de outono, quando ainda não é seco.
Insanidade é sonhar acordado e quebrando a realidade em cacos, vendo seu reflexo nos pedaços, inteiro nos pedaços como o macrocosmo no microespaço do nosso ser. É como a transa louca numa noite qualquer em lugar qualquer.. nada importa apenas o momento, o vazio, o nada.. É como um gozo sem prazer.. um suspiro sem emoção.. insana é a alma que perde o sentido que não é dado, nem revelado, mas sentido como a própria existência convertida em vivência se faz presente na liberdade prisioneira do meu eu.