Me dei conta de que estou sozinho, não, sou sozinho.
“Solus ipsum sum” grita minha consciência sôfrega.
Não tenho teu abraço, não ganhei o teu sorriso e nem sinto seu calor.
Sou só abandonado a minha própria solidão. Estranho a mim mesmo.
Estranho para você. Perdido nos meus olhos castanhos, preso a imensidão dos teus olhos também escuros.
Me dei conta do quanto sou frágil, quebradiço cheio de pequenas superstições. Imaginação fértil e fecundada pelo desejo.
Me dei conta do quanto me dou ao mundo essa alteridade maior que me faz pequeno, uma criança chorona.
Me dei conta de que até o meu nome nada mais é que um amontoado de sons que só expressam a minha triste ilusão solitária.
Ilusão solitária é o nome que dou a minha existência quando ela dói em saudade, quando ela dói em ser dor. Quando ela dói em ser solidão.
Brener Alexandre Gonçalves, 18/05/2012