sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Pain V



Por que a felicidade tem de estar associada a um bem- estar?
Está é a pergunta que tentarei responder no quinto caminho da dor.
Já disse em outros lugares que a palavra felicidade tem sua origem no latim felicitas derivada de Felix que significa alegria, contentamento.
A filosofia quando indaga a finalidade da existência do homem e busca justificar suas ações indaga sobre a felicidade. É verdade, que o que chamamos de felicidade é para os gregos eudaimonia que em nada tem a ver com esse sentido de felicidade, mas antes tem a ver com um êxito alcançado de modo que a vida ganhe o seu sentido.
Pode-se objetar, é claro, que a pessoa que alcança êxito na vida realizando-a sente prazer. De fato, há um prazer, mas este não é um estado ou condição constante na existência. Pois o êxito é fruto de uma ação que para ser adequada ao fim desejado exige de quem o realizará o esforço, o sacrifício para que o êxito seja finalmente alcançado.
No fundo a felicidade não pode ser uma sensação de gozo eterno em vida, pode o ser depois desta vida, mas não nesta vida e por que?
Porque o mundo é cheio de contingências que precisam ser superadas para que o êxito venha. Pessoas que pensam que a felicidade consiste num tipo de gozo permanente são pessoas que fogem destas contingências. São pessoas incapazes de resolver problemas sozinhas, não podem sentir dor, não podem receber um não, não sabem escutar uma crítica, não se engajam em nada, não se envolvem profundamente com ninguém.
A felicidade se relaciona com o trabalho, com o esforço pessoal e coletivo. Pessoal porque cada um na medida em que quer agir o melhor possível se pautara por buscar escolhas melhores.
Coletivo porque a própria sociedade tem que nos dar as ferramentas necessárias (educação) para sermos capazes de escolher o melhor e incentivar o melhor em nós.
Os pais devem conduzir seus filhos para o respeito e os hábitos sociais tanto quanto o professor os pode reforçar através do conhecimento das ciências humanas e exatas.
É preciso que os pais compreendam que o não, e as derrotas que a vida podem eventualmente impor aos seus filhos não farão deles fracassados, mas eles serão fracassados senão souberem lidar com a derrota, nem com as perdas.
Embora Nietzsche pensasse que a humildade só sustenta uma moral de fracos eu a exalto como moral dos fortes, porque tem que ser muito forte para ser capaz de reconhecer uma crítica que te fará crescer, é mostra de grandeza demonstrar complacência por aqueles que se rebaixam para te ofender e mostra verdadeiro humanismo quem é capaz de resgatar o ser humano da vergonha e da escravidão ( imposta sobretudo ideologicamente).
“Sem sacrifício não há vitória” meus amigos! Se quiseres ser feliz, não tenha medo de enfrentar a vida, a corça de Esopo querendo fugir acabou no covil do seu algoz.
A felicidade não está no prazer, ao menos não nesta vida, a felicidade é a equação bem resolvida da vida que não pesa a dor como mal e o prazer como simples bem, mas entende que há diferentes dores e prazeres que apesar do nome cada um é um ser diferente realizando na complexidade do cosmos sua finalidade, a de avisar que algo não vai bem ou que fizemos algo errado ou de nos enganar para que passando dos limites conheçamos a dor.