terça-feira, 28 de julho de 2009

Solidão III

Solus ipso condenatur

O deus arqueiro lançou sobre mim uma maldição, e me condenou a triste sina dos mortais conscientes.
me condenou a vagar só, a errar pelo mundo feito alma penada. Morto entre os vivos
vivo entre os mortos.

No final a chama se apaga porque não há mais o que consumir, a efêmeridade do ser é o tempo que ele tem de ser e nada mais.
O deus me condenou e eu o desafiei como sempre, ele põe, ele tira, ele dá, ele toma de volta.
eu irritei o deus com a minha soberba, eu o enfureci com a minha audácia e ele lançou sua mão pesada sobre mim e me castigou. mas não me arrependo de ter feito o que fiz, não me arrependo de sentir o que sinto ainda em chama diminuta. o coração grita o que a razão sussurra e se grita é por que almeja que o saber chegue aos ouvidos de todos.

solus disse o deus enfurecido. solus ele disse zangado.
teu destino é solus ipso aeternum omnia seculae seculorum...