Ah, porque eu não inexisto para ti?
Por meu rosto insiste em permanecer na tua mente
Incrustado na tua memória?
Me apague de vez da tua história!
Varre a nossas lembranças para o poço do esquecimento.
Me mate no abismo profundo do teu espírito
Ignore a minha existência diante dos teus olhos.
Quero inexistir de verde, quero ser para dentro e não para
fora!
Quero fazer o caminho inverso da semente
E permanecer ocultado na escuridão.
Não fui feito para a luz, não nasci para brilhar
Sou feito de fragmentos
Memórias desconexas
Lembranças imaginadas
Será que já inexisto para ti?
Me tornei fruto da sua imaginação?
Uma mácula no teu passado?
Outrora queria ser sempre lembrado, mas agora o esquecimento
é o que desejo.
Sou vazio por dentro e por fora.
Sou a árvore morta no inverno
Inexisto, sendo.
Não existo, porque me escondo.
Não brilho porque sou trevas.
Sou contrários contraditórios
sou nada...