terça-feira, 4 de agosto de 2015

Antes me viesse a morte- irmã morte

Pois, antes me viesse a morte e de surpresa me levasse, de súbito a noite enquanto durmo, e não mais eu acordasse.
Pois, antes me viesse a morte, irmã querida de Francisco pela mão me puxasse e trouxesse contigo um sorriso amigo.

Antes a morte sincera e destemida, do que essa vida ingrata e cheia de mentiras.
Antes a morte, irmã doce e gentil, do que a vida amarga, inimiga vil.

Pois, antes me viesse a morte, sono profundo e misterioso,  me tomasse devagar sem dor e sem pressa como a alegria de caminhar numa praça de bicicleta.
Pois, antes me viesse a morte, irmã querida de Antônio, de súbito me abraçasse de felicidade e em pranto.

Antes a morte que torna todos iguais, do que a vida injusta com suas desigualdades triviais.
Antes a morte, irmã suave de outrora, do que a vida insossa que me persegue toda hora.

Morte, irmã morte, vem como sono tranquilo e traz-me de presente o sonho do paraíso.
Morte, irmã morte, vem suave e devagar e me beija com ternura e deixa me se enamorar.
Morte, irmã morte, inesperada e imprevisível vem de surpresa, venha como um desatino.