Ah, Pascal! queria eu conhecer as razões do coração, queria eu conhecê-las para as transmitir, mas não as conheço.
Sequer conheço as razões da razão! desconheço o que julgo conhecer e conheço apenas os murmúrios da alma.
Ah, Pascal! quisera eu que as razões do coração tivessem a persuasão
necessária, ou ao menos que fossem fortes o suficiente para convencer a
fria e tíbia razão, o que há de mais belo do que o coração e suas
razões? que há de mais persuasivo e no entanto, dissuade-nos os nosso medos e nossas frustrações.
Ah, Pascal! Se um dia conheci as razões do coração queria as recordar,
queria as comunicar, mas tudo o que sei é que o coração fraqueja onde a
razão comanda, o coração se acovarda onde o medo impera.
Quero
conhecer as razões e que elas me sejam suficientes para ver além das
misérias, das minhas e dos outros e com elas descubra a força onde todo
julgam que só há fraqueza.