domingo, 15 de junho de 2014

Fardo e correntes

Ah! Esse fardo pesado!
Esse fardo que me comprime.
Essas correntes pesadas que me restringe.
Essa dor no meu peito que não me deixa respirar.
Esse fardo esmagador parece que quer me matar.

Essas correntes pesadas com bolas de aço maciço.
Essas correntes geladas que restringem o meu riso.
Essa força que me paralisa que quer me ver subjugado.
Como pesa sobre os meus ombros esse fardo pesado.

Me olhastes e me assististes cândida e resoluta.
Me viu ser sufocado pelas correntes e sequer me ofereceu ajuda.
Esse fardo, essas correntes, esse jugo triste e vil.
O teu olhar silencioso corroborou e assentiu.

Ah! Esse fardo peso inútil que carrego,
Condenado a levá-lo pelo destino cego.
Essas correntes geladas de aço maciço,
Bolas pesadas que dificultam o percorrer triste desse caminho.

Suplico que me liberte só você tem essa chave.
Peço-te clemência não me faça essa maldade.
As lágrimas que você não vê
Escorrem em letras no papel.
Encurvado, comprimido fica o corpo do condenado.
Como o gemido silencioso quando abafado.

Tenta se mexer, mas o seu corpo endurece.
Os braços e suas pernas por mais que queira não se mexem.
As pernas ficam pesadas como o mais concentrado chumbo
Difícil de caminhar se arrastando pelo mundo.
Esse fardo, essas correntes, essas batalhas na mente.
Esses pesos, elos frios, essa luta desigual.
Impedido de reagir é massacrado pelo mal.

Esse fardo, esse jugo, essas correntes, esse destino.
Esse silêncio, essa platéia, esses olhares de julgamento.
Se deleitam sadicamente com o meu sofrimento.