Intuição é uma forma de olhar. É
uma forma de perceber que apreende as sutilezas e que toca com suavidade a
realidade.
Ver não é só enxergar, pois muitos
enxergam e poucos vêem. Muitos olham, mas poucos percebem o que olham. A
intuição é o modo de olhar que nos faz ver além do que os olhos captam, é a
nossa capacidade de decifrar o real captar o sentido e compreender.
A intuição é, com efeito, os olhos
da mente que penetram com acuidade e exatidão a mística do ser e o desvela para
a inteligência.
Quem não se permitir intuir é
cego, tem a pior das cegueiras, posto que é incapaz de ver a realidade preso ao
que os sentidos físicos lhe revelam vê apenas o que aparece, apenas neblina e
vultos silhuetas dançantes, sombras vazias.
Sem a intuição o saber se perde é
como andar por uma cidade desconhecida sem um mapa nunca sabemos se estamos no
caminho certo ou se estamos perdidos, somos forçados a confiar apenas no que
vemos e no que nos e dito sem jamais tentar examinar o que se nos manifesta.
A intuição exige o exame, é uma
ferramenta importante para a inteligência porque instrui os sentidos e corrige
a imediatez de suas conclusões.
É a intuição que percorre o
caminho de Parmênides, é ela que como Eros quer ser mais do que é e subir até o
céu das idéias. Esses olhos invisíveis, que fazem com que a realidade seja
descortinada a cada insight, momento único em que a mente se coloca atenta
enquanto busca a verdade.