O filme: " O curioso caso de benjamim Button" estrelado pelo ator Brad Pitt tem rendido muitos comentários, assisti ao filme e antes disto havia visto a entrevista do ator protagonista do mesmo fazer suas declarações em uma emissora de Tv a cabo.
A muitos aspectos interessantes que são apresentados como parte da trama e que compõem o drama existencial do personagem Benjamim Button. Dentre eles os mais relevantes são: o tempo, o amor e a morte. Podemos perceber também como se dá a relação do diferente com a diferença palavras que muitas vezes apresentam sentidos tão ambiguos em nossa língua e que deveriam expressar uma ideia próxima.
Neste texto pretendo me ater nas considerações sobre o tempo e depois retornarei em outros textos a falar dos outros tópicos, dedicando-lhes a atenção devida.
Qual é a ideia de tempo apresentada no filme?
O tempo é movimento, é mudança. talvez seja a resposta de modo sintético para o problema.
A figura do relógio que no inicio do filme se move no sentido anti-horário, é substituído pelo personagem Benjamim Button, que externaliza a mudança causada pelo tempo. Com efeito essa mundaça tbm é em sentido anti-horário e está é a grande novidade, afinal quando percebemos o tempo como movimento, o percebemos apenas como mudança, não há nada de subjetivo, nada de interior nessa percepção.
O tempo é apresentado como movimento como mudança, traçando o sentido linear com uma ideia de progresso, onde o prefixo "pro" indica a frente, o que não retorna. não se tem uma noção de circularidade do tempo, o tempo ciclico aparece apenas como aparência em relação ao progresso a mudança inerente a vida onde a deterioração do corpo é sintoma da morte e a juventude é o vigor da vida. Mas paradoxalmente Benjamim Button reflete o contrario, nasce velho e morre jovem, passa sua infancia no asilo criado como velho e superando todas as expectativas que a idade avançada poderia impor ao idoso. o filme nos ensina a lidar com o tempo exterior, propõe a cada um de nós que superemos a linearidade do tempo e que buscando um "eterno retorno" ao que somos, que a alma é a fonte de nossa vida e o tempo dá sabedoria a ela e não impotência. O curioso caso de Benjamim Button nos convida a ver o tempo como presente num convite agostiniano e a senti-lo como mudança inconstante tal como o aristótelico, mas sem esquecer do ciclo mítico que desagua na trágedia do ser e culmina com a morte fim de tudo que vive, sem perder a alegria de ser o que somos, efemeros, passageiros, não estamos aqui para a eternidade, estamos para que cada presente que respiramos seja o sonho de um grande futuro e uma saudade do passado. Benjamim Button não venceu o ponteiro do relogio sendo eterno, não é um Dorian Gray, ele é cada um de nós escolhendo viver a sua existência como saída de si mesmo e de suas limitações para uma vida vivida com dignidade e amor.