quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Sinais de Amor

Quantos acenos silenciosos te fiz?
Quantos sinais de amor te enviei?
Entre imagens e mensagens
Imagens-mensagens, comunicação da minha alma a tua.

Quantos sinais silenciosos?
O desejo da minha mão de segurar a tua.
O olhar terno que quer te penetrar o íntimo.
Os versos que manifestam palavras não ditas.
Quantos sinais de amor te enviei?
No wi-fi do pensamento?
Na conexão malograda do meu desejo?

Escuta minha mensagem silenciosa.
Escuta meu coração te falando.
Escuta o que o meu afeto te fala.

Tantos sinais mudos
Tantos sinais que gritam
Sinais que dizem tudo sem falar nada.
Sinais que segredam o desejo.
Que atuam no mistério.
Do convite e da liberdade.
Do querer e da saudade.
Do sinais que se esvaziam,
Quando incompreendidos.


Brener Alexandre 28/12/2016

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Girassol

Vi um girassol a sorrir
E como girassol queria seguir
A luz que irradia do teu sorriso.
O brilho que ilumina nossos caminhos.

Vi um girassol a chorar
E como girassol queria morar
Nos dias ensolarados de tua vida.
No calor do teu abraço que aconchega.

Vi um girassol...
Acompanhando o astro rei silencioso
Vi uma flor no meu jardim
Que não fora plantada por mim.

Vi um girassol obsequioso
E como girassol a seguir teimoso
A luz que traz alegria
O brilho que fascina
O canto que hipnotiza.

Tu és girassol menina,
Tu és o sol que brilha,
Um diálogo que nunca finda.

Tu procuras luz fora de ti,
Enquanto tu imitas o sol,
No brilho do sorriso,
Na ternura que acolhe.

Tu és girassol menina,
O girassol que vi crescer,
O girassol que vi florescer,
De beleza que segue e imita a beleza do astro-rei.


Brener Alexandre 21/11/16

domingo, 11 de setembro de 2016

Persona

Olhe nos meus olhos e não me veja.
Converse comigo e não me escute.
Me abrace com o abraço gelado da sua indiferença.

Tu me olhas, mas não me vê.
Falas comigo, mas não ouves a minha voz.
Me abraças e teu abraço é incapaz de me aquecer.

Sou persona, mascarado.
Tenho o rosto ocultado.
A alma intocada,
Protegida,
Inviolada.

Quando me olhas, o que vês?
Quando te falo, o que escutas?
Se te abraço, o que sentes?

Vês a máscara que aprisiona a minha realidade.
O rosto de cerâmica que esconde a minha identidade.
Sempre risonho, sempre feliz.
Ocultando a minha cicatriz.

Olhe nos meus olhos e finja que me vê.
Converse comigo e se faça de interessado.
Me abrace sem o calor que sai de ti.

Porque tu me olhas sem me conhecer
Falas comigo, mas não quer nem saber.
Me abraça sem amor e cheio de pudor.

Sou persona, e tu também o é.
Tens o rosto ocultado.
E tua alma como a minha se esconde,
Protegida,
Inviolada.

A máscara que protege e aprisiona.
Que salva e não se emociona.
Que esfria no frio da cerâmica
Que engessa as feições do espírito
Que te nega minhas lágrimas sinceras
Que me nega o teu verdadeiro sorriso.


Brener Alexandre 11/09/2016

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Silêncio e solidão

A cada noite escura o silêncio,
A cada eclipse da lua um suspiro,
Em cada abismo profundo um grito.
De medo do desconhecido,
Do vazio e seus gemidos,
Do abandono e de ser esquecido.

Silêncio e solidão
Vazio e escuridão
Gemido e sofrimento
Choro e lamento.

A cada noite escura a dor,
A cada eclipse solar desamor,
Do abismo profundo um clamor.
De súplica surda,
De ferida doída,
De solidão e silêncio.

Falta palavras
Há espaços vazios
Entre choro engolido e o sorriso fingido.

A cada noite escura o silêncio,
A cada céu nublado uma esperança,
Do fundo do poço uma reza.
De profeta que chora os destinos terríveis,
De poeta que morre de amores
De gente que sente muitas dores.


Brener Alexandre 05/09/2016

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Morte

Na morte dos outros reconheço a minha própria finitude.
De tal sorte, a morte compreendida ainda em minha juventude.
Intervalo de tempo como um piscar de olhos.
Como o percurso do sol durante o dia.
Na morte dos outros reconheço os traços do que chamamos vida.

Na minha própria morte irei ver o infinito?
Ou o abismo escuro escondido?
Morte, sono profundo.
Morte, destino de todos os seres vivos.
Morte, única realidade conhecida dos homens.

Na morte dos outros reconheço a minha própria morte.
Morte, mudez que me cala a força.
Morte, lágrimas que escorrem de saudade.
Morte, memória da finitude.

“Do pó viestes e ao pó retornarás...”
Na morte encontrei o segredo,
Que ainda me mantém vivo o desejo,
Na finitude descobri o sentido,
Que ainda me mantém vivo,
Que ainda me faz lembrar que possuo um coração pulsando no meu peito.


Brener Alexandre 12/08/2016

sábado, 30 de julho de 2016

Coração transbordante

Do que o teu coração está cheio?
Sua boca o vai manifestar.
Se estiver cheio de medo,
Se tiver outros desejos,
Tua alma poderá falhar.

A boca só fala do que o coração está cheio.
A alma se manifesta nos olhos e nos lábios.
Nas lágrimas discretas e no choro mudo.
Na gargalhada fácil e no sorriso dado.

O que transborda do teu coração?
Egoísmo ou solidão?
O que transborda do teu coração?
Alegrias e emoção.
O que escondes no teu coração?

No meu coração transborda amor e amizade,
Tristeza e cumplicidade
Justiça e lealdade.
No meu coração transborda respeito
E muitos anseios presos no peito.

Meu coração transbordante que salta pela boca,
Pode ser visto através dos meus olhos.
Nas cicatrizes invisíveis do espírito,
No silêncio tagarela dos meus gestos.

E o teu coração transborda de que?
Da maledicência que envenena?
Do juízo apressado que condena?
És feito de solidão que apequena?

Ou teu coração transborda
De amor que acolhe,
Do olhar que não recrimina,
Da escuta que auxilia,
És amigo que não escolhe.
És coração transbordante de alegria.


Brener Alexandre 30/07/2016

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Segredos do coração

Todo coração tem segredos.
Todo coração tem seus medos.
E seus desejos.

Todo coração é morada.
Protegida e bem guardada.
Onde os sentimentos mais íntimos
Onde os desejos mais desejados
Ficam ocultados.

Quem tem coragem de revelar os segredos do coração?
Quem escapa aos perigos de quem o revela?
Quem escapa a essa maldição?

De revelar o que sente e se ferir.
De contar seus desejos e malogra-los.
De se abrir com ternura e ser rejeitado.

Todo coração tem segredos
Todo coração tem mistérios
Tem anseios.
Em seus movimentos etéreos.

Quais são segredos do teu coração?
Um amor escondido?
Uma inimizade velada?
Amas o teu amigo?
Por tua amiga estás apaixonado?

Pudera eu te contar os meus segredos
Abrir-me para ti sem medo.
Mas os seres humanos nem sempre amam a verdade.
Fogem da sinceridade.
Tem medo de amar.
Tem medo de se envolver.
Criam laços frouxos
Por que tem medo de sofrer.


Brener Alexandre 28/07/2016

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Vulnerável

Despido e desarmado me torno vulnerável.
Tomado de um sentimento honorável.
De peito aberto e guarda baixa.
Somente a simplicidade me acompanha.

Desprotegido de todos os lados.
Desejando amigos ou estando enamorado.
Abro-me para mil e uma possibilidades.
Investimento de alto risco
Não é ato de insanidade?

Me fiz fraco para amar-te
Me fiz simples para que me compreendesse
Me fiz vulnerável para que entrasses em mim.

Na fraqueza foi ferido,
Pelo amor convalido,
Pelo medo achincalhado,
Pelo orgulho destruído.

Vulnerável fui atacado,
E o meu amor foi combatido,
Minha amizade ignorada,
Nas chamas da covardia foi lançada.

Vulnerável,
Desprotegido,
Desarmado
Desguarnecido.

Vulnerável,
De peito aberto,
Coração exposto,
Perigo iminente,
Risco incalculado.

Vulnerável tombei,
Meu ponto fraco era você,
Sem armaduras, proteção
De peito aberto expus meu coração.

Vulnerável eu cai,
Agredido
Pela covardia dos homens,
Pelo orgulho e pela arrogância,
Que nos separa uns dos outros.
Que traz a agonia que nos suplanta.


Brener Alexandre 25/07/2016

sábado, 23 de julho de 2016

Alma quebrada

A minha alma está quebrada dividida entre a tristeza e a alegria.
Partida, destroçada, tomada pela melancolia.
Ferida ela sangra, triste ela chora e nada a consola.

A minha alma quebrada não pode ser consertada.
Foi ferida de morte, quanta falta de sorte?
Foi trincada, rachada enquanto era pisada,
Pela tua covardia, pela tua orgulhosa covardia.

Uma alma feita em pedaços,
Pelo destino,
Pelo amor,
Pela falta de coragem.

Uma alma feita de tristeza,
De escuridão,
De solidão.

Uma alma quebrada, a minha alma despedaçada.
Tinha um coração, mas foi arrancado,
Tinha um amor, que foi rejeitado.
Tinha doçura que azedou nessas noites escuras.

Uma alma quebrada que não pode ser consertada.
Para sempre destruída,
Para sempre maculada.
Uma alma quebrada
Um espírito quebrantado
Feito em pedaços.


Brener Alexandre 23/07/2016.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Retrocesso

Dou um passo atrás e outro e outro
Refaço meus passos devagar procuro minhas pegadas no chão.
Dou um passo atrás, perfazendo o processo ao contrário.
Convirjo, me arrependo, reflito e me abstenho.

Todo retrocesso é conversão
Toda conversão é reconstrução
Das escolhas que fazemos,
Do modo de vida que queremos,
Da caminhada percorrida,
Olhando os malogros da vida.

Dou um passo atrás do outro palmilhando no sentido contrário,
Percebo algo errado em mim, no caminho, na caminhada.
Vejo equívoco ao percorrer essa estrada.
Refaço os meus passos devagar quase parando...
Reflito, e me volto para mim mesmo, para o mundo que está girando.

Todo retrocesso é conversão,
Marcha para trás, reflexão.
Todo retrocesso é reconstrução,
Revisão dos caminhos errados,
Das escolhas apressadas,
Da sinalização confusa.

Dou um passo atrás e refaço a caminhada de trás pra frente,
Volto atrás, virada de reconstrução.
Dou meia volta correção do percurso.
Retrocesso não é atraso é marcha repensada
Retrocesso não é perda de tempo, coragem necessária,
Que revê a caminhada,
Que delibera com cautela,
Fonte de prudência,
Que extirpa nossas misérias.


Brener Alexandre 30/06/16

sábado, 25 de junho de 2016

Sonho numa noite de inverno

Na noite fria em sonho me aquecia a lembrança vívida de uma desconhecida.
Uma história construída entre a realidade e a fantasia.
A desconhecida era conhecida sem profundidade é verdade, mas teu rosto era só alegria.
Tinha um sorriso natural e simpatia, suas palavras eram pura calmaria.

Um sonho numa noite de inverno, em que a gentil desconhecida se desvelava.
Entre o sorriso delicado e as minhas palavras.
A conversação que se desenrolava noite adentro e a gente se entreolhava
Seus risos me encantava, seu bom humor me cativava
Sua generosidade me prendia e sua beleza se enaltecia.

Sonho numa noite de inverno.
Sonho numa noite fria de junho.
Sonho com uma desconhecida que já conhecia
Entre a realidade e a fantasia.
Sonhei contigo Maíra,
Guerreira, amazona e feminina.
Sonhei contigo menina,
Um sonho shakeasperiano de inverno.

O poeta sonhou com a Musa,
E desse sonho nasceu estes versos.
O poeta contemplou a tua essência menina
E a descreveu num poema toda a alegria.
Do encontro impossível,
Do desejo malogrado,
Do afeto invisível,
Em uma noite de inverno em que o sonho virou realidade.


Brener Alexandre 25/06/2016

domingo, 29 de maio de 2016

Consentimento

Consentimento permissão dada.
Consentimento intimidade desvelada.
Consentimento afetividade entrosada.

Consentimento um sentimento comum.
Abertura dinâmica ao outro,
Com sentimento, com amor, com cuidado.
Com sentimento, com respeito e respaldo.

Efemeridade relacional.
De interesse passional.
Pede amor incondicional.

Consentimento, entre a razão e a emoção.
Exprime as verdades do coração.
Consentimento...
Compaixão...
Com sentimento
Com o coração.


Brener Alexandre 29/05/2016

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Mística da recusa

Tua recusa livre foi fonte de inspiração.
Me ensinou muitos caminhos entre o amor e a solidão.
Um mistério, vazio preenchido,
Um caminho que surge quando percorrido.

Tua recusa me ensinou que o amor é abandono.
Como o ato da renúncia frente a possibilidade de sentar me no trono.
Na tua recusa valorizei a liberdade,
A minha de amar-te.
A tua de rejeitar-me.

Tua recusa mística abriu-me ao transcendente,
Revelando me o amor de uma forma diferente.
Entendi como Deus ama enfrentando tua recusa.
Entendi como se ama engolindo tuas desculpas.

Amor sem limites existe?
Amor sem limites persiste?
Na tua recusa entendi o segredo.
Que a dificuldade de amar está no medo.

No medo de ser engolido pelo outro,
No medo do desconhecido,
Medo dos caminhos que mudam os destinos.

Tua recusa foi mística para mim.
Revelou-me os mistérios sem fim.
Entre os silêncios e as noites escuras.
Entre os eclipses e as dores profundas.

Quantas vezes gritei surdamente teu nome?
Quantas vezes abandonei-me na escuridão?
Quantas vezes teu abraço me faltou?
Quantas vezes eu morri sem teu amor?

É um mistério, é um segredo da alma.
Quando ela chora,
Encontra o vazio.
Quando lançada no nada,
Se sente preenchida.

Descobri como Deus ama na tua recusa.
E na tua recusa descobri a resposta que procurava.
Para compreender como Deus se sentia.
Quando eu ignorava como ele me amava.


Brener Alexandre 26/05/2016

domingo, 22 de maio de 2016

Abraço

Proteção contra mau olhado
Cercanias para o bem amado
Limite ilimitado.

Um mundo acolhedor
De onde escoa toda dor
Espaço para o amor.

Entre braços a acolhida
Que cicatriza a ferida
Se abre e se fecha
A cada chegada e partida.

Em teus braços me esquento
Do frio e do vazio não me alimento
Sublime momento
De curto espaço de tempo.

Abraço substantivo em ato
Abraçar verbo em movimento
Infinitivo de afeto
Um carinho de momento.

Gesto simbólico da união
Anseio de comunhão
Encontro do coração.


Brener Alexandre 22/05/2016

terça-feira, 10 de maio de 2016

Amor solitário

O amor machuca os que não são correspondidos.
E fere aqueles julgam-se dele imerecido.
O amor queima sem ser chama, como já havia dito outro poeta.
Esquenta e inflama.

O amor fere a alma
É flecha disparada
O amor corta como espada
E provoca sangria desatada.

Amor que faz chorar de dor
Na renúncia produz o sofredor
Amor que empalidece
Quando não correspondido entristece.

O amor machuca os que não são contemplados
Fere aqueles que são por eles arrastado.
Corrói feito ácido
Pobre de quem sofre com seu amor solitário.


Brener Alexandre 10/05/2015

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Estações da alma

Minha alma tem estações como os anos têm emoções.
Minha alma tem outonos, invernos e verões.
Minha alma tem primaveras, coloridos e tensões.

Meus invernos são solidão e tristeza
Entre a escuridão e a pureza
Inverno seco de choro engolido
Daqueles que fazem o corpo tinir de frio.

Meus outonos são calmaria
Nem aquece e tampouco esfria
Às vezes chove, é saudade do verão.
Sopra um vento suave que refresca o coração.

A primavera da alma é nostalgia
Cada flor é lembrança querida
Chove lágrimas de alegria
E o sol aquece e espanta a melancolia

Meus verões são quentes
Como os desejos ardentes
Chove bastante, suor constante

Minha alma tem estações como os anos tem emoções
No clima se inclina
Calendário permanente
Inconstante e inconsequente.


Brener Alexandre 28/04/2016

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Fio de cabelo

O fio de cabelo presente anunciava tua ausência recente.
Memória da presença perene.
Recorda-me da sua iminente partida.

Fio de cabelo solitário ali esquecido
Na cadeira deixado.
Um encontro a pouco consumado.

Fio de cabelo,
Fio de novelo,
Puxa da memória o desejo.
Puxa do labirinto o segredo.

Fio de cabelo,
Fio de desejo,
Lâmina da memória,
Me corta enquanto narra sua história.

Fio de cabelo,
Fio do destino,
Esticado devagarinho.
Um pedacinho do teu ser esquecido de mansinho.

Fio de cabelo delator da tua presença ausente.
Da tua partida recente.
Do desejo te ter por perto um pouco mais.
De encontrar na tua companhia um pouco de paz.


Brener Alexandre 20/04/2015