sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Pain V



Por que a felicidade tem de estar associada a um bem- estar?
Está é a pergunta que tentarei responder no quinto caminho da dor.
Já disse em outros lugares que a palavra felicidade tem sua origem no latim felicitas derivada de Felix que significa alegria, contentamento.
A filosofia quando indaga a finalidade da existência do homem e busca justificar suas ações indaga sobre a felicidade. É verdade, que o que chamamos de felicidade é para os gregos eudaimonia que em nada tem a ver com esse sentido de felicidade, mas antes tem a ver com um êxito alcançado de modo que a vida ganhe o seu sentido.
Pode-se objetar, é claro, que a pessoa que alcança êxito na vida realizando-a sente prazer. De fato, há um prazer, mas este não é um estado ou condição constante na existência. Pois o êxito é fruto de uma ação que para ser adequada ao fim desejado exige de quem o realizará o esforço, o sacrifício para que o êxito seja finalmente alcançado.
No fundo a felicidade não pode ser uma sensação de gozo eterno em vida, pode o ser depois desta vida, mas não nesta vida e por que?
Porque o mundo é cheio de contingências que precisam ser superadas para que o êxito venha. Pessoas que pensam que a felicidade consiste num tipo de gozo permanente são pessoas que fogem destas contingências. São pessoas incapazes de resolver problemas sozinhas, não podem sentir dor, não podem receber um não, não sabem escutar uma crítica, não se engajam em nada, não se envolvem profundamente com ninguém.
A felicidade se relaciona com o trabalho, com o esforço pessoal e coletivo. Pessoal porque cada um na medida em que quer agir o melhor possível se pautara por buscar escolhas melhores.
Coletivo porque a própria sociedade tem que nos dar as ferramentas necessárias (educação) para sermos capazes de escolher o melhor e incentivar o melhor em nós.
Os pais devem conduzir seus filhos para o respeito e os hábitos sociais tanto quanto o professor os pode reforçar através do conhecimento das ciências humanas e exatas.
É preciso que os pais compreendam que o não, e as derrotas que a vida podem eventualmente impor aos seus filhos não farão deles fracassados, mas eles serão fracassados senão souberem lidar com a derrota, nem com as perdas.
Embora Nietzsche pensasse que a humildade só sustenta uma moral de fracos eu a exalto como moral dos fortes, porque tem que ser muito forte para ser capaz de reconhecer uma crítica que te fará crescer, é mostra de grandeza demonstrar complacência por aqueles que se rebaixam para te ofender e mostra verdadeiro humanismo quem é capaz de resgatar o ser humano da vergonha e da escravidão ( imposta sobretudo ideologicamente).
“Sem sacrifício não há vitória” meus amigos! Se quiseres ser feliz, não tenha medo de enfrentar a vida, a corça de Esopo querendo fugir acabou no covil do seu algoz.
A felicidade não está no prazer, ao menos não nesta vida, a felicidade é a equação bem resolvida da vida que não pesa a dor como mal e o prazer como simples bem, mas entende que há diferentes dores e prazeres que apesar do nome cada um é um ser diferente realizando na complexidade do cosmos sua finalidade, a de avisar que algo não vai bem ou que fizemos algo errado ou de nos enganar para que passando dos limites conheçamos a dor.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Eros Solitário

O amor tão carente e tão soberbo incapaz de se olhar no espelho por medo.
Medo de que? Medo de na falta do que amar, amar a si mesmo, mais do que qualquer outra coisa que pudesse ser amado.
E mergulhado no teu medo ficou só entre a cruz e a espada
O amor de tão tímido e tão desavergonhando incapaz de olhar para tua amada
Não desafiava e nem instigava, mas afastava o sorriso daquela que ele amava.
Amor tímido, carente e soberbo, no teu orgulho, caiu desesperado
Maculado morreu sozinho porque descobriu-se amor mal amado.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O que é então namorar?


   A palavra namorar em nosso idioma tem o mesmo sentido que a palavra enamorar e significa justamente trazer o amor para si, ficar cheio de amor por alguém.
Namorar pode se dizer ser irmã da amizade, porque ambas precisam para se tornar o que são da semente do amor. Para estas duas irmãs gêmeas o desejo de estar com alguém é que mantém os laços da concórdia. Assim como Morte e Sono estão ligados pelo descanso, um temporal, o outro eterno. Estas duas irmãs também estão ligadas pelo amor, porém ambos tem sede de eternidade.
Namorar é repintar em muitas cores o mundo. É gerar um laço de confiança. O amor que gera o namoro tem que ser tão forte que nos faz querer ser “uma só carne”, é tão forte que a certeza se firma a cada dificuldade superada. Quem ama não enfraquece diante dos obstáculos, ao contrário se fortalece com eles, porque o amor quando não é simples atração, desejo ardil e concupiscente não se apaga na chama do desejo realizado.
      E muitas vezes o amor sábio e filósofo como contava o velho Sócrates ensina as duas irmãs na sua intimidade com a afetividade a ceder uma à outra. Na verdade a amizade irmã mais velha do namoro é quem cede como casulo que transforma a lagarta em borboleta.
Porque o amor ensinou a amizade a se deixar tocar de tal modo por ele que o encanto aumenta oque é transformado pelo mistério, duas solidões em presença real de carinho e cumplicidade, e digo mais as gêmeas andam sempre juntas fazem guirlandas de flores, dançam e riem, pois o amor é maroto, as vezes pueril as vezes viril mostrando quando lhe convém que aquele ou aquela pessoa pode ajudar a completar o teu projeto para a vida, porque para o amor a mudança só existe com um único intuito: chegar ao objetivo final e nunca para desviar quem quer que seja do seu caminho.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Outro Dom quixote

 E se eu te contasse o que eu sinto?
 E se eu te falasse do meu íntimo?
 O que mudaria?

 E teus olhos não podem ver quem eu sou no meu silêncio
 Então o som do que eu sou não poderá ser apreendido por você quando falar
 E nada mudaria...

 E se eu me arriscasse?
 E se eu lutasse pelo que sinto por você?
 Faria a diferença?

 De que adianta me arriscar por alguém que não entende o que eu sou e nem o que eu sinto.
 Lutar não é mais que transformar a minha frustração em dor e me ferir outra vez.
 E nada mudaria a não ser que a minha alma estaria ainda mais torturada pelas tuas lembranças.
 Brener Alexandre 07/08/2012

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Pequeno tratado sobre a amizade

A amizade é um dos grandes temas abordados pela filosofia clássica. E por que a amizade tem tamanha relevância para a filosofia? Porque ainda que a sociedade tenha se tornado por demais complexa é a amizade que expressa a concórdia entre as pessoas reunidas por um ideal. Eu sou inclinado a aceitar análise que Aristóteles faz da amizade na Ética a Nicômaco, que me parece ser muito acertada. De fato, o Estagirita entende que a amizade pode ser classificada em três tipos do qual apenas um é de fato amizade configurando assim um clássico problema de homonímia com a palavra amizade no uso cotidiano do termo. Com efeito, falar da amizade com um olhar filosófico implica repensar a ética das virtudes ou melhor significa falar das virtudes e entender a amizade como uma afeição sadia que se relaciona com as virtudes. Entendo por amizade como já manifestei de modo impreciso uma disposição afetiva entre dois seres humanos. Esta disposição afetiva envolve uma inclinação ao cuidado e o desejo de convivência entre as partes envolvidas. Por cuidado quero dizer o desejo e a satisfação de ver o outro bem, alcançando o sucesso em suas realizações pessoais e morais. E o desejo de convivência é uma conseqüência inerente à inclinação ao cuidado, uma vez que cuidar implica se envolver e se relacionar. Então para falar de amizade penso que o melhor a fazer é começar pelo cuidado como demonstração de interesse e afeto genuíno pelo outro. O cuidado é uma marca que exprime a amizade e esta é uma expressão do amor que sentimos por um semelhante e isto se torna mais claro quando percebemos que amicitia (amizade em latim) tem a raiz de amor indicando a natureza afetiva da relação. Em grego a palavra philía também expressa a disposição afetiva necessária para a consumação dos laços amizade, pois o verbo philéo também expressa a natureza do amor. É neste sentido que entendemos o cuidado como uma atenção e um interesse pelo outro em si. O que é muito diferente de uma relação interesseira, na qual se deseja extrair algo de útil que o outro tem a oferecer. Existem dois tipos de amizade interessada sendo que uma delas se subdivide em outras duas formas. A primeira é aquela que considero mais legítima e mais condizente com o que expressa a palavra amizade, pois o interesse não visa um finalidade externa à própria amizade, mas extrai da amizade os benefícios da convivência e parte de uma relação afetuosa sincera. Nas outras duas formas o interesse é externo à própria amizade tornando-a imperfeita. A duas formas imperfeitas a que me refiro são a amizade pelo interesse, na qual esperamos receber algo em troca pela associação amistosa e a amizade cujo único fim seja adquirir o prazer. Indivíduos que se relacionam esperando receber ou trocar favores rompem seus laços de amizade tão logo conseguem o que desejam, exceto nos casos em que o afeto e o interesse extrapole os favores trocados. Já o individuo que se relaciona em busca de prazer, este é incapaz de se envolver verdadeiramente com o outro, pois o que realmente lhe interessa não é o bem estar do outro, mas apenas o prazer que dele pode extrair, portanto dificilmente se preocupará com os problemas e adversidades que este amigo pode vir a ter na vida e muito provavelmente não será capaz de lhe prestar socorro quando precisar. Por outro lado, a amizade verdadeira e legitima consegue realizar na economia global da relação partindo do cuidado e do carinho o interesse pelo que o outro é como seu semelhante valorizando sua humanidade. É capaz de trocar favores sem resumir sua relação aos desejos que lhe convém e obtém o prazer sem negligenciar o bem estar do seu companheiro. Fica claro portanto que a amizade perfeita implica a excelência moral que aperfeiçoa nossa humanidade e que através da amizade nos torna auto-suficientes.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Roma: Uma descrição quase fiel da formação de um império

O seriado Roma exibido no canal HBO, de produção européia com o apoio da BBC é uma das melhores leituras feitas do período final da república romana. Recheada de personagens históricas importantes: Júlio César, Pompeu, Marco Antônio, Brutus, Cícero, Catão, Cipião, Otávio César, lépidos e Cleópatra. A trama constitui duas temporadas e duas histórias que se cruzam. A primeira temporada apresenta a disputa pelo poder entre Júlio César e o General Pompeu. A segunda temporada retrata a disputa entre Marco Antônio e Otávio César. A história da república romana é intercalada pela história de amizade entre dois legionários da 13° legião, veteranos da guerra contra a Gália, os soldados Titos Pullos e Lucius Vorenus, ambos se envolvem nas disputas políticas travadas pelos patrícios romanos, o que muda substancialmente suas vidas. Roma é um seriado rico em detalhes, desde o figurino as práticas culturais da sociedade romana. A piedade religiosa, os amores, e o casamento institucionalizado tudo é retratado com riqueza de detalhes históricos. Algumas considerações sobre a cultura Greco-romana Roma como foi dito descreve na medida do possível de modo detalhado o modo de viver dos romanos, Patrícios e plebeus. Sua maneira de se relacionar com a religião, política e família delineava os traços marcantes da constituição da cultura etrusca influenciada pela cultura grega. De todas as coisas retratadas em Roma, o casamento e as relações amorosas merecem grande destaque, pela riqueza de detalhes culturais de um modelo institucional da família que já não existem mais. A sociedade romana, assim como a maioria das sociedades antigas não permitiam que as mulheres tomassem parte das disputas políticas, mesmo entre as famílias nobres (patrícios). Os casamentos era um dos meios de conseguir alianças políticas e manter o poder coeso através dos laços de amizade estabelecidos pela união matrimonial. O casamento, portanto, era uma instituição que não privilegiava o amor, antes levava em conta a honra, a dignidade e as famílias dos noivos. Situação completamente inversa da nossa sociedade que ainda respira os ares do romantismo do século XVIII. Um dos momentos em que o casamento e o amor são tratados até certo ponto como situações contrárias ou inconciliáveis quando Lucius Vorenus discute com a sua esposa o casamento de sua filha mais velha. A sua filha pede que o noivo seja o homem que ela ama, um jovem pastor. Mas Vorenus rejeita o pedido da filha em conjunto com sua esposa, considerando que um casamento construído com o amor é estranho e luxurioso. O amor neste caso é tratado sempre com as nuanças do erotismo e sensualidade. Em outra circunstância quando Otávio César propõe a Marco Antônio um casamento para demonstrar publicamente os laços de amizade entre os dois, não lhe dá a mão de sua mãe que era sua amante e sim a mão de sua irmã Otávia, com o a mesma justificativa de Vorenus de que um casamento não pode ser selado entre amantes, mas deve ser baseado em outros valores dos quais a moderação (temperança), dignidade e honra são os pilares. Além do casamento, a serie retrata a relação entre amantes e o modo como a sociedade romana exprimia sua sexualidade livremente seja nos bórdeis da cidade, seja nas relações amorosas de várias naturezas, inclusive homosexuais. Que assim como na cultura grega estão entrelaçadas na cultura cotidiana. E claro para os amantes de história antiga, não poderia deixar de comentar como é retratado a política romana. Um senado e atuações impecáveis. Uma política baseada no discurso, onde a retórica tem papel importante para decidir os rumos do grande império romano. Marco Túlio Cícero, Catão, Cipião personagens caras a política e a filosofia romana. Os dois últimos tomados como exemplo de sábios para a filosofia Estóica e o primeiro foi decisivo para a derrota de Marco Antônio. A filosofia estóica é amplamente explorada no seriado. Cícero e o próprio Vorenus (que era estóico discípulo de Catão) muitas vezes mostram como o sábio deve ou não se portar. A morte de Cícero é perfeita para demonstrar a impassibilidade do sábio diante da morte. Roma é um seriado curto, infelizmente, mas recheado de informações detalhadas sobre um modelo cultural que ainda é basilar para a nossa sociedade e que abriu caminho para uma outra cultura que se fortaleceu com a queda do grande império no século IV d.c, a cultura cristã.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Solus Ipsum sum

Me dei conta de que estou sozinho, não, sou sozinho.

“Solus ipsum sum” grita minha consciência sôfrega.

Não tenho teu abraço, não ganhei o teu sorriso e nem sinto seu calor.

Sou só abandonado a minha própria solidão. Estranho a mim mesmo.
Estranho para você. Perdido nos meus olhos castanhos, preso a imensidão dos teus olhos também escuros.

Me dei conta do quanto sou frágil, quebradiço cheio de pequenas superstições. Imaginação fértil e fecundada pelo desejo.

Me dei conta do quanto me dou ao mundo essa alteridade maior que me faz pequeno, uma criança chorona.

Me dei conta de que até o meu nome nada mais é que um amontoado de sons que só expressam a minha triste ilusão solitária.
Ilusão solitária é o nome que dou a minha existência quando ela dói em saudade, quando ela dói em ser dor. Quando ela dói em ser solidão.

Brener Alexandre Gonçalves, 18/05/2012

domingo, 15 de abril de 2012

philia

Enquanto eu olhava as estrelas pensava em como seria vê-las ao teu lado.
Um sonho que nunca realizarei.
Entre o meu desejo de estar junto,
Entre o estar junto te desejando há apenas uma diferença que é semelhança para mim.
A de que o meu desejo deságua no vazio que tua falta me faz.

Não importa os meus sentimentos por você
Não importa a tradução do descompasso do meu coração ao te ver.
Meu corpo é um livro aberto, meus olhos tem uma linguagem própria que revela o desvario das minhas paixões.
Minha mente traduz cada fantasia em fome de presença.
Sua companhia é como o sabor do vinho mais saboroso.

Foi olhando as estrelas e pensando em ti que me dei conta que não importa se eu estou ou não contigo...
Sempre vai faltar um pedaço de mim a ser preenchido pela sua presença.

Brener Alexandre 14/04/2012

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O mesmo e o diferente e o estranhamento

Este texto é um desabafo. Um desabafo porque a impressão que sempre tive dos outros em relação a quem sou não mudou até então.
Sempre me senti um estranho neste mundo. Como se fosse “um estrangeiro, passageiro de algum trem que não passa por aqui, que não passa de ilusão.”
E sinto que para a maioria das pessoas eu sou de fato um estrangeiro, um estranho. As pessoas parecem se espantar e não no sentido aristotélico que a palavra “Thaumazo” transpõe positivamente indicando a descoberta de algo novo, mas antes talvez, um medo como se eu fosse um sátiro, algo que causa o pânico quando avistado.
Eu penso que é necessário pontuar algumas coisas a meu respeito, algumas coisas que a maioria das pessoas que convivem ou conviveram não sabem, ou se sabem ignoram. Não sei se outras pessoas que vivenciaram ou escolheram um caminho semelhante ao meu passam por isso, o fato é que eu passo e isso me deixa chateado, por que como todo ser humano eu também busco ser feliz. Acho que posso ressaltar ao menos dois pontos da minha pessoa que eu acho que causam esse efeito satírico nas pessoas. O primeiro é o fato de eu ser filósofo ou estudante de filosofia, que acho mais adequado, por que como é muito bem dito nas escolas oriundas do socratismo: “aspirar ao saber também é filosofar”. As pessoas pensam que por eu ter escolhido ser filósofo eu sou uma espécie de ser diferente dos demais seres humanos, como se eu fosse um intelecto puro, algo que só sabe pensar, gente isso não é um filósofo, isso é na melhor ou não das hipóteses o primeiro movente imóvel do Aristóteles! Segundo, sou cristão, católico aí as pessoas acham que eu sou igual imagem de Igreja, com os olhinhos pra cima, auréola e sei lá mais o que... Eu digo não sou santo, erro demais, tenho minha infeliz cota de pecados diários e nem por isso sou menos cristão que aquelas pessoas que aliás, antes de serem santas, eram tão pecadoras quanto... Nem preciso citar o que fazia Santo Agostinho, ou Santo Inácio de Loyola antes da suas respectivas conversões. O processo de conversão é lento não é do dia para a noite.
E não é porque eu optei pela vida filosófica, intelectual, ou porque fiz adesão a uma fé que eu sou estranho ou esquisito.
Poxa faço tanto esforço e não é de hoje para entrar no pequeno grande universo das pessoas que me cercam, tentam ser tolerante muitas vezes com atitude que não compreendo, me esforço na medida em que isso não é violentar o que eu sou, em ser simpático. E o que eu geralmente recebo em troca? Juízos que não tem nada a ver com quem eu sou, com o que eu faço, com o que eu optei por viver.
Não é porque eu não sou um relativista, um niilista ou um hedonista que eu sou estranho, pelo contrário é por eu não ter optado por esses caminhos é que eu devia ser ao menos respeitado, principalmente no que diz respeito aos valores deflagrados pelo cristianismo. Se eu trato com respeito, me respeite, a menos é claro que você não faça questão, não goste de mim, mas aí é só dizer que eu nem chego perto de você, eu por incrível que pareça gosto muito de mim para ficar mendigando dos outros atenção e carinho. Digo por incrível que pareça, porque as pessoas infelizmente seja por falta de inteligência (não no sentido de serem burras, mas no de não ter um certo tipo de sensibilidade), seja por alguma razão que eu desconheça, não percebe que uso na maioria dos casos de sarcasmo e ironia para gozar o mau gosto e hipocrisia que é disseminado pela nossa cultura. Eu sou para quem não sabe um sobrevivente, sobrevivi a uma rubéola e continuo sobrevivendo até hoje. Não sou rico e conseqüentemente não sou bem nascido, mas dou um duro danado para cumprir com os meus objetivos. Eu tenho sentimentos, amo, me enfureço choro, dou risada como qualquer Ser humano. “Não sou Zeus ou Apollo” parafraseando São Paulo, sou Homem e muito Homem com ombros largos que suportam o peso do mundo. As maioria das pessoas desconhecem o que eu passei na infância, na adolescência. Na escola ou mesmo na Igreja. Pois é ser você mesmo custa caro e eu não desisti de mim. Na minha adolecência enquanto os jovens estavam pensando em festinhas e farras eu estava ocupado conhecendo a mim mesmo e eu nunca tinha lido Platão ou ouvido falar do “Gnoti seauton” (Conhece a ti mesmo) frase que estava no templo de Apollo em Delfos. Mas isso não quer dizer que eu na adolescência não tenha me apaixonado ou sofrido por amor a alguma garota, porque eu sofri sim! Eu era tímido, faltava cavar um buraco e me enfiar dentro dele. A gastrite entrou na minha vida como um presente de grego, uma caixa de pandora, sim foi um presente de uma mulher!
Eu tenho enxaqueca desde os 9 anos de idade e uso óculos desde os 21. Já quase morri afogado, já foi mordido por cachorro. Como vocês podem notar apesar dos pesares todo o meu esforço até hoje foi o de tentar ser um ser humano melhor. E claro eu sou um ser humano com qualquer outro, tenho as minhas diferenças como toda pessoa tem suas diferenças, mas também tenho algo que me torna semelhante entre estas diferenças.
Enfim, antes de me acusar procure conhecer a minha história, tente se envolver, não pense que sou inalcançável por que eu fiz opções que diferem das suas. Se eu faço o esforço de não te julgar e de até brincar com as nossas diferenças, por que você não pode fazer o mesmo?
Entenda de uma vez por todas, eu sou tão humano quanto você, aspiro a felicidade como você, fiz as minhas escolhas como você fez as suas, então somos iguais nas nossas diferenças. Abra-se ao meu mundo para que a minha abertura ao seu mundo faça sentido e assim através do respeito mútuo a amizade sincera seja possível, o amor verdadeiro descoberto e a humanidade se realize.

Obrigado,

Brener Alexandre, 02/04/2012

quinta-feira, 8 de março de 2012

Flores (Poema para homenagear as mulheres que dão cor, aroma e sabor a minha vida)

No meu jardim há muitas flores
Cada uma com a sua beleza
Tem orquídeas, tem roseiras
Tem violetas e margaridas.
Tem também os lírios belíssimos
E girassóis luminosos.

Cada flor tem o seu perfume
E multi-cores que formam a beleza.
Cada flor é uma mulher
É o rosto do feminino
É o que dá o sabor ao masculino.

Cada flor esconde o que as mulheres tem de melhor
A suavidade e a delicadeza
A força e o poder.

Um jardim sem flores é triste
Um jardim com Flores é pura alegria
Ainda bem que no meu jardim tem várias flores
Para deixar todos os meus dias belos
Com sabor e aroma de primavera.

Feliz dia internacional das mulheres.

terça-feira, 6 de março de 2012

Solidão dividida

Minha alma partida em duas
Fragmentos de espera e tristeza.
Solidão dividida
Partes de um todo estilhaçado.

Alma de vidro
Pedaços em cacos
Solidão é um todo.
Divisão unificada
Desejo fragmentado.

Solidão dividida
Alma transparente
Fragmentos e cacos
Alma em frangalhos
Alma dividida pelo desejo.
Desejo e solidão dividida
Dividida a solidão em você e eu.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Canção descompassada do coração

Meu coração músico desconhece a harmonia das notas
Desconhece o sons dos instrumentos
Conhece apenas a melodia do amor.

Que melodia é essa que canta o meu coração?
Sempre desajeitado
Marejado de lágrimas por ser incompreendido.

Que melodia é essa? Que como um rio de fortes correntezas me faz desaguar entre grandes quedas.
Esta melodia descompassada que não tem o menor sentido...
Esta melodia tão bela e triste cantada pelo meu coração sob a luz do luar.

A música sofrida de um coração que canta sozinho, pois ninguém deseja ouvir a melodia composta por ele.
Canção solitária, coração dolorido.
Coração solitário, canção mórbida.
Voz moribunda que sussurra sua tristeza.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Pain IV

Recebi um email outro dia com uma reportagem na qual um bispo católico fazia críticas a programação da televisão aberta. Mas o que me chamou a atenção não foi o texto com a fala do Bispo e sim os comentários de outros usuários de email que receberam o mesmo email. Comentários que são cada vez comuns em redes sociais, por já está dissolvido no imaginário comum da população. O Infeliz clichê: “cada um cuida da sua vida”, “cada um no seu quadrado”, “A vida é minha faço o que quiser com ela”. São alguns dos exemplos claros de subjetivismo que imperam em nossa sociedade, cada vez mais hedonista e pragmática.

Um subjetivismo que se estende desde a moralidade até as raízes que alimentam o conhecimento. Muito me admira que a contribuição de Descartes para com a humanidade e modernidade, possa ser de certo modo o veneno que ataque aquilo que ele mais prezava, a razão. Embora Nietzsche tenha atacado Sócrates acusando-o de ser o corruptor dos jovens, de incutir uma moral decadente na cultura ocidental. Descartes jogou uma bomba no colo da sociedade. Através do seu “Cogito” Descartes fundou o conceito de individuo que o ocidente até então não vislumbrara. Minto! Os gregos já conheciam este conceito sobre um nome pouco indesejável em sua cultura, a saber, o “idiotés”.

Idiotés que deu origem ao nosso idiota. Quem era o idiotés? O termo era aplicado as pessoas que não se importavam com a vida política. Com pessoas que só se importavam consigo mesmas. Em outras palavras, é sinônimo de egoísmo, egolatria (culto do eu, eusismo. neologismo meu). E não pensem que a vida política na Grécia era circunscrita a eleições como acontece na política moderna.

Os antigos gregos participavam ativamente da vida política, escolhiam quem assumiria os cargos, votavam o uso do dinheiro público e participavam inclusive dos processos jurídicos instaurados. Por isso ser idiotés na cultura grega antiga era muito negativo. Um grego antigo jamais diria: “cada um cuida da sua vida” ao menos não em sentido absoluto! Mas apenas em relação a algumas circunstâncias. Já que até mesmo a vida privada (doméstica) funcionava como uma instituição política e da qual como se sabe surgiu a Polís.

Há realmente algo muito errado com as pessoas hoje em dia, pois tornaram-se idiotés. Não entendem que a educação começa no sistema social mais antigo e mais importante de todos que é a família. Ignoram os aspectos benéficos que a tradição que recebemos dos pais e avós, e que são o berço da nossa cultura e que a educação é o leme que nos guia para uma sociedade sem violência e sem medo. Ignoram que a função da escola é complementar a formação que começa em casa.

Como se educa uma criança pregando subjetivismo? Ensinando-a que: “cada um cuida da sua vida”. E a vida da sociedade da qual fazemos parte, quem vai cuidar dela? E da biosfera? Vamos alienar o nosso direito de ter um mundo justo, com pessoas honestas, para “A vida é minha eu faço o que eu quiser com ela”. Entregar o destino do nosso habitat nas mãos de outros “idiotés”? Descartes descobriu o individuo, mas não teve tempo de moralizá-lo, apenas recomendou que se vivesse em uma “moral provisória” aquela adotada no país em que estiver. Pronto fomos abandonados a própria sorte.

O individuo que não sabe o que é liberdade é um idiotés, escravo de seus desejos, reduzido a uma consciência de si, um solipsista. O idiotés é um tirano que desconhece a alteridade (diferente de altruísmo) e, portanto só respeita o que lhe interessa o que lhe satisfaz e claro o que não o faz sofrer.

Enquanto houver pessoas assim no mundo viveremos oprimidos pela ditadura do eu, enganados pelo politicamente correto que esconde o totalitarismo do sistema que nos governa. Aceitando tudo o que o sistema nos dá de mão beijada. Todas essas drogas que nos fazem querer pensar menos, gozar mais e enxergar apenas o nosso próprio umbigo.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Pain III

O sofrimento que brota da angustia e do medo de relacionar, constitui um dos males do mundo moderno.
Um mundo cheio de subjetivismos, de “achismos” que orientam a nossa conduta para a incerteza e com ela o medo.
O medo é o temor do que não conhecemos ou do que não conhecemos com segurança.
É incrível como as pessoas hoje em dia são inseguras e se escondem de diversas formas, algumas bem cruéis, das quais o preconceito e a violência física são apenas algum dos exemplos. Um sofrimento indolor parece absurdo, mas não é, pois a dor nem sempre é sentida como aquele incomodo físico que nos faz gemer, chorar e gritar. O sofrimento as vezes é silencioso, marcado por uma postura defensiva e covarde. Criamos um escudo mental no qual cremos ser uma fonte de segurança, crença muitas vezes infeliz, por alimentar falsas esperanças. Infelizmente falsas esperanças são “vendidas” aos montes na sociedade de hoje inclusive em ambientes que são avessos a esta prática.
Uma sociedade que se deixou à deriva limitando o poder da ciência enquanto saber, negando o espaço da fé religiosa em conjunto com a descrença na racionalidade que sempre foi tão cara a humanidade não consegue espelhar um ethos, um hábito moral saudável. Uma vez que o exercício da moralidade, e aqui deve ser entendida como o conjunto de hábitos, atitudes que envolvem a vida social e não como um conjunto de normas morais heterônomas que dizem o que é certo ou errado. Um tal hábito moral saudável diz respeito ao enfrentamento da vida, de seus dilemas cotidianos, e sobre tudo da coragem de se relacionar com as outras pessoas mergulhando no ser delas, vivendo com elas a existência no seu sentido mais pleno, o de sair para fora (ex esistire do latim). No entanto o comportamento moral é outro, pautado pela insegurança, ceticismo ou relativismo do saber e consequentemente do ethos. Quando eu não tenho certeza de nada, uma certeza mínima necessária para viver e ser capaz de ao menos tentar resolver do melhor modo possível os problemas que a vida me impõe, então fica patente ser assombrado pela covardia e pela angustia de nunca saber se posso ter fé no outro, de almejar justiça na sociedade, mas apenas me dopo diante da TV, com festas e prazeres indefinidamente, vivendo o egoísmo e gozando todos os dias de um medo indolor de ter uma existência autêntica. O hedonismo é para as pessoas covardes e isso serve para o nihilismo também como um analgésico, porque legitima o pragmatismo ético e científico em nome de uma moralidade deficiente, no entanto este analgésico merece enquanto pharmákon o titulo merecido de droga, pois vicia o comportamento e a mente alienando a existência e tornando o individuo escravo de seus medos e de suas inseguranças. O mundo nunca poderá ser considerado um lugar seguro, é verdade, porque uma infinidade de perigos nos aguarda, no entanto o ser humano precisa e sempre vai precisar de uma bússola para guiá-lo, para que não se perca pelo caminho, pois uma vez perdido, pode não ser mais encontrado, uma vez perdido estará abandonado a própria sorte. O ser humano precisa saber (é uma necessidade ontológica do ser humano com todos os traços que a antropologia pode nos dar) que ao atravessar as geleiras da existência, ele sinta que os gelo não vai romper sob seus pés, mas que se romper ele ao menos possa fazer algo antes que morra de frio na solidão hipotérmica que o espera.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Respeito e carinho

Com os meus olhos eu te conto o que desejo
Desejo estar ao teu lado
Desejo morar no teu íntimo
Habitar entre teus lábios
Segurar a tua mão enquanto vejo seus cabelos ao vento.

Meus olhos delatores me denunciam
Que o meu amor velado
Carregado de admiração
Não quer mais que dividir contigo a vida.
Habitar sob a luz brilhante do teu olhar
Morando no teu abraço
Segurando tua mão durante a tempestade violenta.

Meus olhos, traidores que são te dirão
O que eu nunca quis revelar por medo ou insegurança
Que eu desejo cada beijo seu
Cada abraço
Seu reconhecimento
Carinho cheio de respeito
Respeito mútuo
Confiança plena.

Meu olhos
Minha boca e meus ouvidos
Minhas mãos e meu corpo
Não desejam mais do que poderiam desejar
Amor-amizade, amizade-amor
Verdadeiro laço fundado na fé de olhos sinceros
E lábios comprometidos com a sinceridade.

Brener Alexandre 14/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Coração sem palavras

Não tenho palavras para descrever o que sinto...
Não as palavras adequadas, as corretas...
Meu coração nunca fui bom com palavras
Sempre foi bom com gestos

Meu coração não sabe dizer: “te amo”
Mas saber amar com beijos e abraços carregados de ternura
Carinho respeitoso, respeito carinhoso

Meu coração não tem palavras para se expressar
Mas ele se expressa agindo
Não diz nada
Apenas faz
Entre suspiros e olhares

Contempla seu sorriso em silêncio
E te ama em segredo.
Sonha com o teu amor.

Não tenho palavras para falar do que sinto
Porque já não tenho voz, pois você se tornou o ar que respiro
O sopro divino que me dá vida
A luz do sol que leva as cores do mundo para os meus olhos.

Não tenho palavras, nem eu, nem o meu coração
Mas cada suspiro, cada gesto, cada olhar me denúncia
Denúncia o meu amor e cada vez que te vejo me entrego
Entre sonhos e desejo de te pertencer por inteiro
Preenchendo esse vazio que a tua ausência deixou.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Cura

Preciso de você, seja o remédio que vai aliviar a minha dor
Quero você e só você pode diminuir a minha angustia.
Seja a minha cura.
Sara minhas feridas.

Seja o antídoto para a minha doença
Porque quanto mais só, mais doente
Solidão me é como um câncer se multiplicando em metástase.
E apenas tua doce companhia pode me curar.

Preciso de você, seja o remédio que vai trazer paz ao meu coração.
Quero apenas você, só você pode transformar minha tristeza em alegria.
Seja a minha cura.
Sara minhas feridas.

Eu sei, eu sei que todo remédio é feito com veneno.
A droga que cura pode ser a droga que mata.
Não sou viciado no teu amor, apenas preciso da cura.
Porque meu coração está doente.
Minha mente está perdida.
Minha alma sangra...

Preciso de você, seja o remédio para a minha vida
Quero você e apenas você pode diminuir esta dor atroz no meu peito.
Seja a minha cura.
Sara as minhas feridas.
Não me deixe morrer aqui sozinho
Não me deixe doente por seu amor.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Não queremos um santo, mas gostaríamos de um governante de verdade: O Brado retumbante e o sonho brasileiro.

O seriado "O brado retumbante" exibido na rede globo recentemente abordou uma temática atualíssima e presente no dia-a-dia do brasileiro. Trata-se da corrupção no cenário político com riqueza de detalhes que só a ficção poderia apresentar, e ou representar.

 Um homem que está longe de ser o “salvador da pátria” cai de pára-quedas na presidência da república, um homem que não é um santo na sua vida privada, mas que se esforça ao máximo para ser honesto na vida pública. "O brado retumbante" retrata o sonho que talvez nem Platão sonhara quando escrevia as páginas da sua República propondo um governo de filósofos. O sonho de acabar com a corrupção sempre vai ter o aroma e o sabor de utopia, mas será que um dia conseguiremos transformar a utopia em um desejo realizável?

Em tempos de voto distrital, movimentos populares contra a corrupção e o uso das mídias sociais como veículo para estes movimentos, acredito que ainda que não sejamos conscientes de fato, podemos estar escrevendo um capitulo importante da nossa história. "O brado retumbante" nos mostra que não queremos santos na política, ideais de perfeição, mas queremos homens e mulheres interessados, com efeito, em governar o país, em dirigi-lo punindo os que buscam dar um “jeitinho” para se dar bem.

O Brasil com tamanha diversidade étnica carece de um estadista de verdade, que sendo homem com seus defeitos seja indefectível no poder, é o paradoxo da humanidade acreditar numa ideia e ir até o fim por ela. Todos os vícios da vida privada convertidos em virtudes na vida pública, como desejaríamos que fosse assim, mas nem sempre é deste modo.

Uma mãe que desacredita no filho, uma esposa traída, ser um pai que não aceita a homossexualidade do filho, e mesmo assim ser um homem capaz de ser presidente. Ser presidente é ser presente é estar presente, é incorporar a alma da nação o sonho de milhões que querem uma vida digna. Maquiavel sabia muito bem que o homem de vida pública, o príncipe (aquele que é o principal) precisa ser excelente, eficaz, mas também precisa da ajuda da sorte para conseguir vencer as dificuldades que hão de surgir.

Maquiavel tão criticado pelo seu oportunismo, pelo seu “desleixo moral” foi quem percebeu que o que faz o homem público não é ser um bom esposo, ou um bom pai, Sócrates e Péricles, ambos de Atenas não discordariam dele (isso porque mesmo Péricles o grande estadista da democracia Ateniense, largou a mulher para se envolver com uma hetaira, uma acompanhante de executivo da época, e incapaz de tornar seus filhos virtuosos era considerado o um dos mais mais corretos de Atenas), mas a eficiência na ação ao agir no momento certo e uma ajuda da fortuna (deusa romana que personifica a sorte) é que garantem um bom governo, será que é melhor ser amado ou ser temido? A resposta a esta pergunta pode ser a solução de um problema que a mais ou menos 500 anos habita o solo brasileiro.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Jeremias

Se entre lágrimas eu anúncio a destruição
Se entre lágrimas sou obrigado a me esconder!
Perseguição sofrida pelas palavras proferidas.
Só digo o que me pedes!
Só proclamo o quem e ordenas!
Se hesito o meu peito incedeia
Por que a tua voz é braseiro no meu coração.
Minhas lágrimas frutos do meu sofrimento
Por dizer coisas terríveis!
Para anunciar tua justiça
Teu braço forte
Tua compaixão
Me escolhestes
Me seduzistes
Me deixei seduzir
Me deixei escolher
E cá estou lamentando o exílio
Lamentando a perseguição
Porque meus irmãos não me acreditaram
Me jogaram no fosso
Por que o peso da verdade é doloroso demais.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ano novo nada novo: mais do mesmo e problemas insolúveis.

É... pois é... entramos em 2012... muitas reticências e pouco o que dizer, meu balanço de 2011 é bom e sinceramente não sei o que esperar deste novo ano.
Diria que posso esperar os mesmos olhares tortos, as mesmas decepções,a mesma hipocrisia. mas quero esperar sucesso, projetos realizados e o direito de sonhar para ao menos me sentir mais humano.
Carrego cicatrizes demais e cada uma delas com suas histórias fizeram a minha história.
Para mim é sempre o mais do mesmo todo ano. os mesmos meses, os mesmos dias, as mesmas horas. o que muda? afinal o que é o movimento? os cristãos introduziram a noção de progresso, mas eu sempre retorno para o mesmo ponto... meu "eterno retorno" o seu "eterno retorno".
Meus problemas insolúveis, que as lembranças não dissolvem que a verdade não abranda e que a mentira não esconde.
O ano novo vem aí... e eu espero com ou sem reticências que seja bom, esperar não é ter certeza, mas é ao menos um ponto de partida para lutar pelo meu destino tecido por mim mesmo.